Câmara dos EUA proíbe o uso do WhatsApp em dispositivos oficiais de funcionários

Medida foi motivada por preocupações com a segurança dos dados do aplicativo. A Meta rebateu a decisão e disse que o aplicativo foi aprovado para uso oficial pelo Senado dos EUA

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Bloomberg — O WhatsApp, da Meta, foi adicionado a uma lista de aplicativos proibidos de serem usados em dispositivos do governo por funcionários da Câmara dos Deputados dos EUA, uma medida motivada por preocupações com a segurança dos dados do aplicativo.

A decisão do Diretor Administrativo da Câmara (CAO, na sigla em inglês) foi transmitida aos funcionários na segunda-feira (23), de acordo com a Axios, e coloca o WhatsApp em uma lista que também inclui o chatbot de propriedade chinesa, DeepSeek. O CAO não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Um porta-voz da Meta rebateu a decisão da Câmara, ressaltando que o WhatsApp já foi aprovado para uso oficial pelo Senado dos EUA.

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“Discordamos da caracterização do diretor administrativo da Câmara nos termos mais fortes possíveis”, disse um porta-voz da empresa em um comunicado. “Sabemos que os membros e suas equipes usam o WhatsApp regularmente e esperamos garantir que os membros da Câmara possam se juntar aos seus colegas do Senado para fazer isso oficialmente.”

As mensagens do WhatsApp são criptografadas de ponta a ponta, disse o porta-voz, o que significa que elas são armazenadas nos dispositivos dos usuários e não podem ser lidas pela Meta. “Esse é um nível de segurança mais alto do que a maioria dos aplicativos da lista de aprovados pelo CAO, que não oferecem essa proteção.”

A proibição do WhatsApp é a última de uma série de conflitos entre a Meta e o governo dos EUA.

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A Meta ainda está aguardando uma decisão de um juiz federal no processo da Comissão Federal de Comércio dos EUA contra a empresa, que busca desmembrá-la por ser um suposto monopólio.

Os legisladores norte-americanos também atacaram a Meta durante anos por causa das práticas de moderação de conteúdo da empresa, alegando que ela faz muito pouco para proteger menores de idade e, ao mesmo tempo, retira muitas publicações e infringe a liberdade de expressão dos usuários.

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