Bullard vê três cortes de juros este ano como ‘cenário-base’ para o Federal Reserve

Ex-presidente do Fed de St. Louis, James Bullard disse à Bloomberg TV que os dados já justificam um corte das taxas

James Bullard, ex-presidente do Federal Reserve de St. Louis
Por Katia Dmitrieva - Haslinda Amin
09 de Abril, 2024 | 11:05 AM

Bloomberg — James Bullard, ex-presidente do Federal Reserve de St. Louis, disse esperar três cortes de juros este ano, diante de uma inflação que se aproxima da meta, enquanto a economia permanece robusta.

“O melhor palpite no momento ainda é de três cortes”, disse Bullard, atual reitor da faculdade de negócios da Purdue University, em entrevista à Bloomberg TV. “Esse é o cenário-base.”

Ele atribuiu a força da economia americana a “uma política muito bem-sucedida”, e acrescentou que os dados já justificam um corte de juros.

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Antes de sua saída do Fed no ano passado, Bullard estava entre os dirigentes que defendiam uma política monetária mais agressiva para conter a aceleração da inflação na época.

A perspectiva de Bullard contrasta com as expectativas crescentes do mercado de que o BC americano cortará menos do que as três reduções projetadas em seu chamado gráfico de pontos.

Os swaps de juros agora sinalizam que duas reduções são mais prováveis, após dados fortes do mercado de trabalho na sexta-feira (5).

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As taxas dos Treasuries americanos atingiram os níveis mais altos do ano na segunda, enquanto os swaps precificam cerca de 60 pontos-base de flexibilização monetária este ano, a partir de setembro, o que corresponde a menos de 50% de probabilidade de um terceiro corte em 2024.

Bullard disse já ver sinais de um pouso suave da economia americana. Ele citou o recuo do núcleo da inflação medida pelo deflator dos gastos do consumidor, o indicador de preços preferido do Fed, como evidência do “sucesso dramático” da política monetária.

Nem todos, contudo, estão tão otimistas. Neel Kashkari, presidente do Fed em Minneapolis, disse na segunda-feira que cortes de juros podem não ser necessários este ano se a inflação não cair mais.

-- Com a colaboração de Siuming Ho.

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