‘The Life of a Showgirl’: novo álbum de Taylor Swift impulsiona gastos e eventos

Lançamento do disco levou fãs a faltar ao trabalho, lotou festas temáticas e aqueceu o consumo com produtos e experiências ligados à cantora nos EUA

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Bloomberg — Um evento de Taylor Swift sempre tende a movimentar a economia — e o novo álbum da cantora, The Life of a Showgirl, já começa a deixar sua marca.

Milhares de fãs consideraram o lançamento à meia-noite (no horário de Nova York), na última sexta-feira (3), um motivo mais que suficiente para faltar ao trabalho.

Entre os seguidores mais dedicados da popstar, não faltaram maneiras de aproveitar o dia celebrando as 12 faixas do novo disco: havia festas oficiais em cinemas da rede AMC, lojas pop-up com espaços instagramáveis e até eventos organizados por fãs, que se reuniram para ouvir o álbum e comemorar juntos.

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A emissora australiana 9 News mostrou uma dessas festas, onde fãs vestiam paetês e boás de plumas — mas escondiam o rosto diante das câmeras porque “deveriam estar no trabalho”. Uma mulher contou que tirou meio período de folga só para poder participar.

O poder econômico de Swift se manifesta em várias frentes. Embora o absenteísmo pese sobre os empregadores, o consumo tende a subir.

Algumas lojas da rede Target nos Estados Unidos ficaram abertas até depois da meia-noite para vender uma edição especial em vinil — nas cores rosa e amarelo-claro — e outros produtos exclusivos, que a varejista descreveu como presentes “verdadeiramente especiais” para o fim do ano.

E, com o tema glamouroso de Showgirl, os fãs já estão obcecados pelos figurinos e pelo visual do novo álbum.

A turnê Eras, realizada entre 2023 e 2024, gerou um impacto de US$ 5 bilhões em gastos dos consumidores nos Estados Unidos em apenas seis meses — sendo US$ 2 bilhões em vendas no varejo, segundo estimativas da Nomura Securities.

“Há, sim, um fluxo de dinheiro novo circulando na economia neste fim de semana, diretamente ligado ao lançamento do álbum e ao filme oficial da festa de estreia”, disse Misty Heggeness, professora da Escola de Assuntos Públicos e Administração da Universidade do Kansas e autora do livro Swiftynomics: How Women Mastermind and Redefine Our Economy, que será lançado em breve.

“É possível supor que pequenos negócios, restaurantes e bares tenham um aumento de receita, já que muita gente sai de casa para celebrar o lançamento em grupo.”

Em Los Angeles, Layla Smith e sua mãe, Amanda Ferreira, garantiram lugar na fila do shopping Westfield Century City já na manhã de sexta-feira (3) — horas antes da abertura da loja pop-up da cantora.

Elas viajaram três horas para estar entre as primeiras a entrar nas instalações inspiradas no clipe The Fate of Ophelia, criadas especialmente para serem postadas por influenciadores no TikTok.

Smith, de 23 anos, gerente de um cinema, tirou um fim de semana prolongado de quatro dias para fazer a viagem. Passou o tempo sentada no chão montando um kit de Lego que comprou ali mesmo. Vestia verde e laranja — cores ligadas à identidade visual do álbum —, enquanto a mãe, de 45 anos, entrou totalmente no clima com um figurino brilhante e cheio de franjas no estilo showgirl.

“Usei meus dias de férias para estar aqui”, contou Smith. “Não consigo imaginar um jeito melhor de aproveitá-los — ainda mais com este álbum, que tem uma energia tão positiva.”

Em Nova York, o Spotify organizou um evento imersivo de três dias antes do lançamento do álbum, com figurinos e objetos de cena inspirados nas novas músicas.

Segundo relatos da imprensa, centenas de pessoas formaram fila em volta do quarteirão. O evento ocorreu de 30 de setembro a 2 de outubro, das 12h às 21h, e recebeu mais de 6.000 visitantes, segundo um porta-voz da plataforma.

Heggeness destacou que Swift “é muito criativa na arte e também no marketing”. Segundo ela, a cantora “continua a expandir os limites do que artistas podem fazer e de como podem se conectar com seu público”, afirmou em entrevista à Bloomberg TV.

O lançamento do álbum também reacende uma meta constante entre os fãs mais dedicados: alcançar o posto de “top fãs” da cantora no Spotify.

A plataforma sueca informa aos usuários se eles estão entre o percentual mais alto de ouvintes de um artista, com base no tempo total de reprodução. Os chamados Swifties costumam calcular quantas horas precisam ouvir Taylor Swift para ganhar a distinção no fim do ano.

No Reddit, um fã estimou que seria necessário ultrapassar 150.000 minutos de reprodução (ou 2.500 horas) para ficar entre os 0,001% que mais escutam as músicas da cantora. Embora alguns lamentassem não ter ouvido o suficiente para chegar ao topo, outro lembrou o grupo:

“Ouvir menos do que outra pessoa não faz de você menos fã! Você pode ser um Swiftie sem precisar viver só em função da Taylor.”

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