Bloomberg — Christian Horner foi demitido do cargo de CEO e diretor de equipe da Red Bull Racing, depois de enfrentar dificuldades dentro e fora das pistas no ano passado.
Horner, ele próprio um ex-piloto de corrida, foi o diretor de equipe que permaneceu por mais tempo na Fórmula 1 e uma figura crucial na engenharia do domínio da Red Bull na F1 nos 20 anos últimos anos.
Ganhou 14 Mundiais, sendo 8 de Pilotos - quatro com Sebastian Vettel e quatro com Max Verstappen - e 6 de Construtores, além de 124 vitórias e 107 poles positions.
Laurent Mekies, diretor de equipe do segundo time da Red Bull, a Racing Bulls, substitui Horner como CEO, de acordo com um comunicado nesta quarta-feira (9).
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No ano passado, Horner enfrentou acusações de comportamento inadequado devido ao vazamento de mensagens privadas. A Red Bull inocentou Horner duas vezes após investigações. Horner, 51 anos, negou repetidamente as acusações.
Horner não respondeu imediatamente às mensagens da Bloomberg News.
A saída de Horner ocorre em um momento turbulento tanto para a empresa austríaca quanto para sua equipe sediada no Reino Unido.
O desempenho da Red Bull Racing, após anos de domínio, tem sido considerado decepcionante nesta temporada. No ano passado, a equipe foi informada da saída do projetista Adrian Newey, considerado o melhor da Fórmula 1, alegadamente por causa do comportamento de Horner.
Newey, que ajudou diretamente a Red Bull a conquistar 13 títulos - entre Mundiais de Pilotos e de Construtores - saiu no começo deste ano e passou para a inglesa Aston Martin.
A Red Bull está em um distante quarto lugar na classificação dos construtores neste ano.
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Seu principal piloto, o atual tetracampeão mundial, Verstappen, venceu apenas duas das 12 corridas desta temporada e tem sido associado a uma mudança para uma equipe rival - potencialmente a Aston Martin.
Para efeito de comparação, em 2023, o piloto holandês ganhou 19 das 22 corridas, em uma das temporadas mais dominantes da história da categoria.
A saída de Horner alimentou especulações sobre uma tentativa de segurar o astro de 27 anos, considerado o melhor piloto da categoria, junto com Lewis Hamilton, quase 13 anos mais velho e em 2025 em sua temporada de estreia na Ferrari.
A Red Bull obtém a maior parte de sua receita de 11,2 bilhões de euros (US$ 13,1 bilhões) com a venda de bebidas energéticas, mas gasta quase um quarto desse valor em marketing, incluindo o patrocínio de atletas e equipes esportivas.
O fundador bilionário da Red Bull, Dietrich Mateschitz, morreu no final de 2022, deixando sua participação de 49% para o filho Mark, que instalou uma nova liderança.
Ele nomeou Oliver Mintzlaff, ex-chefe do time de futebol alemão da Red Bull em Leipzig, para supervisionar os investimentos esportivos.
Sob a liderança de Mintzlaff, a Red Bull vem expandindo seus negócios esportivos, acrescentando participações nos times de futebol europeus Leeds United e Paris FC, além do brasileiro Bragantino.
E está em fase de compra da equipe de ciclismo de estrada Red Bull-BORA-hansgrohe, que atualmente compete no Tour de France.
A empresa também estuda entrar na NBA com uma nova franquia em Las Vegas, segundo noticiou a Bloomberg News no ano passado.
A Red Bull e seu proprietário Mateschitz têm interesses comerciais no circuito de F1 em Spielberg, na Áustria. A pista estendeu sua licença no mês passado para realizar corridas de F1 até 2041.
Ao longo dos anos, a Fórmula 1 passou de um esporte para entusiastas amadores a uma empresa de bilhões de dólares.
A ascensão da série “Drive to Survive”, da Netflix, transformou mecânicos e pilotos em estrelas e “fisgou”uma audiência crescente de americanos para o esporte.
“Gostaríamos de agradecer a Christian Horner por seu trabalho excepcional nos últimos 20 anos”, disse Mintzlaff em um comunicado.
-- Com a colaboração de Albertina Torsoli.
-- Com informações da Bloomberg Línea.
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