Bloomberg Línea — Em uma recente noite de quarta-feira, meia dúzia de convidados foi recebida em um bar intimista nos Jardins, em São Paulo, para uma experiência sensorial baseada em drinks preparados com uísques especiais.
Em uma “masterclass de mixologia”, as bartenders Chula Barmaid, da Argentina, e a brasileira Laís Ladrine apresentaram três drinques criados para o evento. Havia versões da bebida infusionada com castanhas, outra servida com maçã e pêssego e uma terceira com figo e pimenta - tudo com tratamento de alto padrão.
A degustação era um exemplo do tipo de experiência oferecida aos membros do Resid, novo clube de luxo que leva a marca do premiado chef Alex Atala, do D.O.M.
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Dividido em duas frentes, uma com hotéis próprios e viagens a locais como Búzios, Fernando de Noronha, a Amazônia e Trancoso, e outra com foco em eventos e vivências culturais, o clube mira um público de elite e interessado em exclusividade. A adesão custa a partir de R$ 380 mil, e tem mensalidades desde R$ 15.000.
No caso da degustação no bar em São Paulo, entretanto, a experiência “exclusiva” é aberta ao público em geral. O Resid Bar, inaugurado oficialmente em fevereiro, é uma espécie de vitrine que permite apresentar a proposta do clube, em uma pequena amostra do que espera quem se tornar membro.
“O bar é uma flagship do Resid”, explicou Paulo Henrique Barbosa, CEO do clube, em entrevista à Bloomberg Línea. “Foi pensado como um showroom do conceito do clube. Nós quisemos abrir ao público exatamente para expandir o conhecimento sobre esse tipo de experiência, que ainda é nova no Brasil. A ideia é apresentar nossa proposta para quem ainda não é sócio”, disse.
Segundo ele, o Resid aposta em uma tendência global de clubes privados de luxo com “experiências únicas” no Brasil e no exterior. trata-se de um projeto ao lado de nomes como Atala, Claudia Ribeiro Bernstein, Rafael Caiado e Francisco Costa Neto.
O bar é pequeno, tem um ambiente aconchegante e foi montado ao lado do Dalva e Dito, no local onde funcionava um mercadinho do restaurante.
O investimento para montar o projeto foi de R$ 1 milhão. E a intenção é fazer dele a vitrine para a gastronomia do clube, com cardápio assinado por Atala, com pratos para compartilhar, ingredientes brasileiros e uma carta de drinks autorais.
Apesar do investimento alto, o bar não é uma operação isolada, e não busca ter retorno em si, pois faz parte da estratégia de ser ponto de contato entre membros atuais e potenciais.
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“Ele foi feito com esse intuito, qualquer KPI [indicador de performance] financeiro, volume, faturamento, Ebitda, é secundário porque não teve esse objetivo”, disse.
Para Barbosa, o bar é uma forma de expor o conceito de hospitalidade que perpassa a proposta de todo o clube. “Nenhum restaurante é premiado apenas por causa da gastronomia, mas, sim, por causa da hospitalidade, da experiência da jornada como um todo. Portanto, o Resid Bar é uma oportunidade para conhecer a hospitalidade do clube por meio da gastronomia”, disse.
O bar também será o ambiente central para os “happenings”, uma curadoria de eventos como degustações, apresentações de DJs, workshops e exposições rotativas de jovens artistas brasileiros.
“Queremos mostrar o clima do Resid. A arquitetura, o atendimento, os sabores, tudo está ali para apresentar nosso conceito de hospitalidade. É o início de um relacionamento. A pessoa conhece o ambiente, experimenta o serviço, começa a seguir a marca e, a partir daí, pode vir a se interessar por algo mais”, disse.
Isso significa, segundo ele, que, apesar de ser um bar aberto ao público e que quer convidar a conhecer o clube, a ideia não é exatamente popularizar a proposta, pois o objetivo é manter o ambiente de exclusividade. “O foco não é democratizar, pois é uma hospitalidade pensada para ser exclusiva”, disse.
Sem revelar números de novos membros atraídos pelo bar, Barbosa disse que a proposta tem funcionado bem. “O bar já está gerando frutos, trazendo pessoas para mais perto do nosso universo. Mas é uma operação viva, que está em constante melhoria e renovação.”
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