Citadel, Charles Schwab e Fidelity apostam em exchange cripto nos EUA

Chamada de EDX Markets, exchange possui modelo “sem custódia”, o que significa que não mantém os ativos digitais dos clientes durante a negociação

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Bloomberg — Em um cenário de maior viligância regulatória sobre o universo de criptomoedas nos Estados Unidos, uma nova exchange acaba de entrar em operação. Apoiada por empresas como Citadel, Fidelity e Charles Schwab (SCHW), esta última que inspirou a criação da XP (XP), a iniciativa pretende remodelar o cenário de ativos digitais.

A EDX Markets, uma exchange exclusivamente institucional anunciada em setembro de 2022, informou que vai oferecer negociação de quatro criptomoedas: bitcoin (BTC), ethereum (ETH), litecoin (LTC) e bitcoin cash (BCH).

Diferentemente das plataformas de cripto existentes, como a Coinbase (COIN) e a Binance, ela oferece um modelo “sem custódia”, o que significa que não mantém os ativos digitais dos clientes durante a negociação.

Em vez disso, a EDX está trabalhando com um custodiante terceirizado, de acordo com o CEO Jamil Nazarali.

A expectativa entre os reguladores de mercado é que as exchanges de criptomoedas sejam separadas das funções de corretoras, como ocorre com a estrutura dos mercados financeiros tradicionais, criando oportunidades para a EDX, disse Nazarali.

“Acreditamos que as criptomoedas vieram para ficar, mas para que evoluam como uma classe de ativos, elas precisam adotar as regras e as proteções ao investidor que existem nas finanças tradicionais”, disse Nazarali em uma entrevista à Bloomberg News.

“A mensagem que recebemos de nossos investidores é que isso cria um espaço ainda maior para nós.”

Já apoiada por empresas como Paradigm, Sequoia Capital e Virtu Financial, a EDX levantou novos recursos por meio de investidores adicionais, incluindo Miami International Holdings, GTS, GSR Markets e HRT Technology. O plano é lançar a EDX Clearing para liquidar as negociações ainda este ano.

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, recentemente ampliou sua repressão ao setor de criptomoedas por meio de ações judiciais contra duas das maiores empresas, Binance e Coinbase (COIN), alegando que elas agiram como bolsas de valores, corretoras e câmaras de compensação não registradas. As empresas negaram as alegações.

O presidente da SEC, Gary Gensler, há muito tempo critica as plataformas de criptografia existentes por não separarem diferentes partes de seus negócios, como custódia, formação de mercado e negociação, o que poderia resultar em conflitos de interesses.

O apetite institucional no investimento em criptomoedas diminuiu depois que o setor passou por uma queda no mercado e grandes empresas, incluindo a FTX, entraram em colapso no ano passado. Ainda assim, algumas instituições financeiras tradicionais estão preparando o terreno para participar dos mercados cripto.

A BlackRock (BLK), a maior gestora de ativos do mundo, entrou com um pedido na semana passada para lançar um ETF de bitcoin à vista.

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