Reunião com secretário dos EUA foi cancelada, diz Haddad: ‘falta de disponibilidade’

O ministro da Fazenda disse que tentou remarcar uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas que o comércio brasileiro não é um ponto focal para o governo de Donald Trump

O ministro da Fazenda disse que tentou remarcar uma conversa com o secretário do Tesouro dos EUA,  Scott Bessent, mas que o comércio brasileiro não é um ponto focal para o governo de Donald Trump
Por Beatriz Reis
11 de Agosto, 2025 | 03:34 PM

Bloomberg — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que uma reunião planejada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada e que não há uma nova data para o encontro.

Haddad disse que o comércio brasileiro não é um ponto focal para o governo dos EUA e acrescentou que tentou remarcar com Bessent, mas não teve sucesso.

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O cancelamento marca o mais recente revés em um relacionamento que azedou rapidamente desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros no início deste mês, parte de uma campanha de pressão para que o Supremo Tribunal Federal recue no julgamento por tentativa de golpe contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Haddad liderou os esforços de negociação com os EUA e expressou esperança de que as conversas com Bessent levariam a avanços adicionais depois que o governo Trump isentou quase 700 produtos das tarifas mais altas que entraram em vigor na semana passada.

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Em entrevista à Globo News, o ministro indicou que os aliados de Bolsonaro nos EUA desempenharam um papel na interrupção da reunião com Bessent, que estava marcada para esta semana.

“A razão oficial dada foi a ‘falta de disponibilidade’”, disse Haddad, descrevendo a explicação como “incomum”. Ele observou que a questão vai além do Ministério da Fazenda.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que quer ver sinais de que os EUA estão dispostos a negociar de uma forma que trate sua nação como um parceiro igual antes de chamar Trump para discutir as tarifas. Haddad reiterou esse ponto durante a entrevista, ao mesmo tempo em que disse que Lula não fechou a porta para uma ligação telefônica com Trump.

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