Bloomberg — A inflação do Brasil ficou em 0,26% em maio, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que esperava um avanço de 0,32%.
No acumulado dos 12 meses até maio, os preços ao consumidor subiram 5,32% em relação ao ano anterior, abaixo da estimativa mediana de 5,39% dos analistas consultados pela Bloomberg.

A economia aquecida e o desconforto com os planos de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram com que os economistas alertassem que há espaço para que os custos dos empréstimos subam ainda mais quando os formuladores de políticas se reunirem na próxima semana.
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Eles já elevaram a Selic de referência em mais de quatro pontos percentuais para 14,75% desde setembro, já que a inflação está bem acima da meta de 3%.
Com a economia global abalada pelas tarifas de Donald Trump, que estão sempre aumentando, a liderança do banco central enfatizou que os custos dos empréstimos precisam permanecer altos por um longo período - gerando apostas de que uma pausa no aperto poderia ocorrer na decisão sobre a taxa de 18 de junho.
Mas, nos últimos dias, o governador do banco central, Gabriel Galipolo, deixou claro que não descartou outro aumento, mesmo com as taxas de juros no nível mais alto em quase duas décadas.
“Vamos para a próxima reunião com nossas opções em aberto”, disse ele na semana passada.
O desemprego quase recorde está sustentando a demanda diante dos custos de empréstimos de dois dígitos e impulsionando os aumentos de preços. Ao mesmo tempo, o governo está negociando uma série de aumentos de impostos que podem apertar ainda mais as condições financeiras.
--Com a ajuda de Giovanna Serafim.
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