Bloomberg — A taxa mensal de inflação do Brasil diminuiu em agosto, devido à redução dos custos de eletricidade e alimentos, o que serviu de alívio para os consumidores cansados dos preços.
Os dados oficiais divulgados na quarta-feira mostraram que os preços ao consumidor caíram 0,11% em relação ao mês anterior, um pouco abaixo da mediana das previsões de queda de 0,15% dos analistas consultados pela Bloomberg News. Em relação a um ano atrás, a inflação ficou em 5,13%.
A maior economia da América Latina tem começado a esfriar, já que as taxas de juros permanecem em seu nível mais alto em duas décadas.
Embora a inflação anual tenha desacelerado por dois meses consecutivos, puxada para baixo principalmente por um crédito único de energia concedido aos consumidores, é improvável que o banco central reduza a Selic de referência tão cedo.

Os diretores do banco central, liderados por Gabriel Galipolo, estão atentos às consequências das tarifas de 50% que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs ao Brasil no mês passado.
Até o momento, essas taxas não causaram grandes danos à economia como um todo, em parte devido às centenas de exceções que os EUA concederam às exportações brasileiras.
Mas as tensões entre as duas nações tem aumentado à medida que se aproxima o veredicto do julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump que é acusado de tentativa de golpe, nesta semana.
Apesar da pressão dos EUA, espera-se que as autoridades condenem Bolsonaro, o que poderia resultar em mais penalidades econômicas.
Os investidores também estão de olho na reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à desaceleração da economia brasileira antes do que se espera que seja uma dura disputa pela reeleição no próximo ano.
A crença de que o líder esquerdista aumentará os gastos do Estado para estimular o crescimento está pesando sobre as perspectivas de inflação.
--Com a ajuda de Giovanna Serafim.
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