Bloomberg — A atividade econômica do Brasil superou as expectativas em março, ressaltando os desafios persistentes que os formuladores de políticas enfrentam enquanto debatem se devem ou não fazer uma pausa em seu ciclo de aperto monetário.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um indicador do produto interno bruto, aumentou 0,8% em relação a fevereiro, o dobro da previsão mediana de 0,4% dos analistas em uma pesquisa da Bloomberg. Em relação ao ano anterior, o índice avançou 3,49%, de acordo com um relatório publicado na segunda-feira.
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O Banco Central elevou a taxa de juros de referência para 14,75% no início deste mês, o nível mais alto em quase duas décadas, levando os investidores a apostar que a campanha de aumento das taxas está chegando ao fim por enquanto. Os aumentos dos preços ao consumidor estão muito acima da meta de 3%, embora as estimativas de inflação para este ano tenham diminuído e a incerteza do comércio global esteja despertando preocupações com um crescimento mais lento.
O que diz a Bloomberg Economics: “O forte crescimento em março - apesar das condições monetárias muito apertadas - aponta para outra impressão robusta do PIB no primeiro trimestre de 2025. Embora essa seja uma boa notícia para a economia, ela desafia a visão do Banco Central do Brasil de que o crescimento está desacelerando - um dos argumentos que a autoridade monetária forneceu para apoiar sua mensagem de que o fim do ciclo de aperto pode estar próximo”, disse Adriana Dupita, economista do Brasil e da Argentina.
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Os aumentos do custo de vida na maior economia da América Latina foram pressionados pelo forte mercado de trabalho e pela elevada demanda por serviços, bem como pelo impacto tardio de uma forte depreciação do real no final de 2024.
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