Copom mantém juro em 15% ao ano e diz que riscos para a inflação seguem elevados

Em decisão tomada de forma unânime, o comitê apontou que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado; mercado espera início de cortes entre o fim deste ano e o começo de 2026

Sede do Banco Central
05 de Novembro, 2025 | 06:46 PM

Bloomberg Línea — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 15,00% ao ano, conforme esperado amplamente pelo mercado, em decisão que acaba de ser divulgada no fim da tarde desta quarta-feira (5).

No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom apontou que, em sua avaliação, “os riscos para a inflação, tanto de alta quanto de baixa, seguem mais elevados do que o usual”.

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A decisão foi tomada de maneira unânime pelos nove membros do Copom, liderado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

A taxa básica de 15,00% ao ano está no maior patamar em quase duas décadas.

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“O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, apontou o Copom no comunicado.

A decisão foi tomada no momento em que as expectativas de mercado para a inflação futura começam a ceder: segundo o mais recente boletim Focus, a mediana das projeções para o IPCA em 2026 aponta para 4,20%, o que estaria dentro da margem de tolerância de 1,50 ponto percentual da meta de inflação de 3,0%.

A mediana das projeções aponta também uma Selic em 12,25% ao ano ao fim de 2026, o que denota a expectativa de cortes que somariam 2,75 pontos percentuais em relação ao patamar corrente.

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Como consequência do momento atual de expectativa de cortes nas taxas - e principalmente da melhoria do cenário externo -, os preços de ativos brasileiros estão em trajetória de valorização. O Ibovespa subiu cerca de 9% desde o dia 10 de outubro alimentado em parte pela expectativa de cortes.

-- Em atualização.

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