Bloomberg — Na reta final de 2023, a equipe econômica trabalha para resolver um problema contábil que pode aumentar o déficit das contas públicas deste ano.
Um montante de cerca de R$ 8 bilhões deixou de ser computado nas estatísticas de 2022 e agora os técnicos estudam como incluí-lo sem prejudicar o pagamento de despesas que precisa ser feito até o final de 2023.
O valor se refere a dívidas de estados com a União que deixaram de ser pagas como forma de compensar perdas com incentivos de ICMS concedidos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para baixar os preços de combustíveis.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (22) em encontro com jornalistas que o déficit deste ano será de R$ 130 bilhões, ou 1,3% do PIB. A conta, segundo ele, já considera a compensação a estados pelo ICMS.
Gleisi
A reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara para o início de 2024 pode dar à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, um lugar na Esplanada. A questão, segundo aliados, é para qual pasta ela iria.
Uma possibilidade seria o Ministério do Desenvolvimento Social, no lugar de Wellington Dias, que voltaria ao Senado para reforçar a base governista. A ideia é defendida por aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma vez que a outra possibilidade seria Gleisi ganhar um cargo no Palácio do Planalto, um movimento preocupante para a equipe econômica.
Gleisi costuma se posicionar mais à esquerda que Haddad em questões econômicas. Os técnicos temem que, ficando tão próxima de Lula, a atual presidente do PT prejudicaria a leitura que o mercado financeiro faz da política econômica.
Reforma
O presidente Lula está cada vez mais sem pressa de tomar decisões sobre cargos na Esplanada, segundo aliados. A reforma ministerial poderia sair já em fevereiro, mas Lula pode estender esse prazo até abril, que é o período limite para a desincompatibilização para as eleições do próximo ano.
O tamanho da reforma vai depender dos partidos do centrão. O União Brasil, por exemplo, vai ter que decidir se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, permanece no cargo.
Em contrapartida, o espaço do centrão também vai depender da fidelidade desse grupo nas votações que o governo precisa fazer na agenda econômica.
Na conta do Papa
O presidente da Câmara, Arthur Lira, sinalizou a interlocutores que não tem disposição em levar adiante a pauta conservadora que começou a caminhar em comissões da Câmara e que incluem, entre outros temas, a proibição do casamento homoafetivo.
Em conversas recentes, Lira ressaltou que, se até o papa Francisco tem feito sinalizações positivas a casais do mesmo sexo, não será ele que vai caminhar na direção contrária.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Itaú e Bradesco crescem com migração de fortunas da América Latina para Miami
Petrobras negocia recompra de fatia em refinaria vendida para Mubadala há 2 anos