Brasília em Off: As mudanças que o BNDES quer fazer

Existem hoje 40 projetos no Congresso que proíbem o BNDES de financiar exportações de serviços; para integrantes do banco isso não faz sentido

National Congress, project by Oscar Niemeyer, Brasília, DF. Brazil
Por Martha Beck
17 de Junho, 2023 | 11:31 AM

Bloomberg — O BNDES quer discutir a possibilidade de voltar a financiar exportações de serviços. Essas operações foram sendo restritas desde 2016, depois de denúncias de que os recursos do banco eram usados por empreiteiras brasileiras em esquemas de corrupção na realização de obras em outros países. Hoje, as operações estão suspensas.

Segundo integrantes do BNDES, a restrição não faz sentido, pois o dinheiro da instituição é usado para financiar a prestação de serviços por empresas nacionais e não para financiar outros governos.

Além disso, essas operações promovem a venda de máquinas e equipamentos em outros mercados, uma vez que as empresas prestadoras de serviços levam esses produtos para conseguir completar as obras.

Mesmo assim, existem hoje 40 projetos no Congresso que proíbem o BNDES de financiar exportações de serviços.

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O banco quer agora negociar com o Tribunal de Contas da União (TCU) e com o Congresso uma forma de retomar esses empreendimentos. Segundo um integrante do banco, não pode haver uma criminalização da exportação de serviços. Não atuar nesse tipo de mercado, diz, faz com que o Brasil perca competitividade.

Esperança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou a troca da diretoria do Banco Central como uma esperança para o setor de varejo, que reclamou da alta dos juros em reunião no Palácio do Planalto na última quarta-feira (14).

Segundo um participante do encontro, o presidente repetiu suas críticas à política monetária, se solidarizou com as reclamações dos empresários e destacou que a chegada de novos diretores – Gabriel Galípolo para a área de política monetária, e Ailton Aquino para a área de fiscalização –, deve contribuir para a redução dos juros.

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Mudar para ficar

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, levou da Bahia para Brasília um estilo pouco flexível de articulação política, na avaliação de aliados. Esse jeito de atuar tem rendido críticas de outros ministros, especialmente porque é na Casa Civil que chegam primeiro as demandas das demais pastas da esplanada.

Aliados afirmam que, se Costa não aprender a ser mais maleável, pode acabar saindo do governo. No momento, contudo, não há janela para essa saída. A próxima seria a eleição para prefeito no ano que vem. Rui Costa não respondeu a pedidos de comentários.

Tênis

O bom desempenho da tenista Bia Haddad no torneio de Roland Garros fez com que a atleta entrasse no radar da equipe do Ministério da Fazenda. Os assessores do ministro Fernando Haddad têm um alerta para notícias em que o chefe e integrantes de sua equipe são mencionados.

Assim, publicações em que o nome Haddad aparecia entravam automaticamente nos alertas recebidos pela equipe do ministro. No auge da cobertura de Bia Haddad no torneio, havia muito mais alertas sobre tênis do que sobre o andamento da agenda econômica.

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