Bloomberg — O ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou na quinta-feira uma carta manuscrita confirmando que apoiará um de seus filhos na disputa presidencial de 2026.
Bolsonaro está preso após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar realizar um golpe de Estado depois de sua derrota eleitoral em 2022.
Impedido de concorrer novamente, ele endossou seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro, a enfrentar o atual presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.
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A decisão de manter a liderança do movimento conservador brasileiro dentro da família Bolsonaro havia sido anunciada no início deste mês, mas partidos de centro e investidores ainda esperavam que o ex-presidente pudesse mudar de ideia e apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como mais favorável ao mercado.
“Diante desse cenário de injustiça, e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada, tomo a decisão de designar Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026”, afirma a carta assinada por Bolsonaro.
“Entrego o que há de mais importante na vida de um pai: o próprio filho, para a missão de resgatar o nosso Brasil.”
A carta foi lida por Flávio em frente ao hospital em Brasília onde Bolsonaro passará por mais uma cirurgia nesta quinta-feira (25) para reparar uma hérnia, consequência da facada no abdômen sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
Na carta distribuída a jornalistas por Flávio, Bolsonaro disse que a decisão de indicar o filho é “consciente, legítima e amparada pelo desejo de preservar a representação daqueles que confiaram em mim”.
Desde o início de dezembro, quando anunciou a decisão do pai, Flávio intensificou as conversas com políticos e investidores na tentativa de conquistar aqueles que resistem à sua candidatura.
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Flávio afirmou que a divulgação da carta não muda nada em seus planos eleitorais, mas acrescentou que pode convencer aqueles que ainda tinham dúvidas sobre a escolha do ex-presidente.
“Para mim, nada muda. Para algumas pessoas que ainda não acreditavam, talvez mude”, disse ele ao ler a carta.
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