Na Tyson, demanda por frango dá impulso aos lucros. Mas há desafio com carne bovina

Na divisão de carne bovina da empresa, o prejuízo atingiu US$ 149 milhões, acima do estimado pelos analistas

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Bloomberg — Os lucros da Tyson Foods aumentaram mais do que a projeção dos analistas, uma vez que os lucros crescentes das vendas de frango compensaram outro trimestre de perdas no negócio de carne bovina da empresa.

O lucro, excluindo alguns itens, foi de 92 centavos de dólar por ação nos três meses encerrados em março, 48% maior do que no ano anterior e acima da média de 80 centavos das estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg, informou a produtora de carne em um comunicado.

O lucro operacional ajustado aumentou quase 27%, para US$ 515 milhões, excluindo itens como US$ 343 milhões em provisões para contingências legais.

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A Tyson, amplamente conhecida por suas salsichas Jimmy Dean e presuntos Hillshire Farm, tem se apoiado fortemente nos lucros elevados do frango para aliviar o impacto do custo de uma grave escassez de gado em seus ganhos.

A empresa se beneficiou do fornecimento mais barato de grãos usados para alimentar as aves e da forte demanda dos consumidores. A empresa também fechou fábricas menos eficientes e retomou o uso de alguns antibióticos em aves como parte de um esforço para melhorar os resultados.

Há preocupações de que o recente boom do frango possa já ter se esgotado. Os fornecedores estão tomando medidas para aumentar a produção, o que pode aumentar a concorrência.

Os preços do milho - um dos principais ingredientes da ração - voltaram a se recuperar das baixas do ano passado. Enquanto isso, as tarifas da China podem prejudicar as exportações de frango dos EUA em um momento em que a economia americana está desacelerando.

As ações da empresa com sede em Springdale, Arkansas, ganharam 6,7% este ano até sexta-feira, superando o desempenho do S&P 500.

A Tyson perdeu US$ 149 milhões com a carne bovina, excluindo alguns itens no trimestre - mais do que o previsto pelos analistas - à medida que a empresa lutava para repassar o aumento dos custos do gado aos consumidores.

Esse foi o sexto trimestre consecutivo de perdas para a operação, a maior da empresa. Seu negócio de frangos teve um lucro operacional ajustado de US$ 312 milhões, mais forte do que as projeções dos analistas.

Os empacotadores de carne bovina perderam em média US$ 115,97 por cabeça de gado nos primeiros três meses de 2025, o maior valor desde pelo menos 2014, de acordo com estimativas da HedgersEdge, uma empresa de gestão de risco e pesquisa de mercado.

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