FS, de biocombustíveis, avança com plano de captura de carbono do etanol do Brasil

Segundo Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS, o projeto deve começar a operar em julho de 2026; empresa assinou três acordos para vender créditos de carbono

Foto de uma usina de bioenergia. Em primeiro plano, um canavial
Por Dayanne Sousa
28 de Agosto, 2025 | 12:47 PM

Bloomberg — A fabricante brasileira de biocombustíveis FS — Fueling Sustainability tem avançado com um projeto de captura de carbono que pode torná-la a primeira produtora de etanol do país a capturar e armazenar emissões, colocando-a num caminho mais tranquilo em comparação com esforços semelhantes nos Estados Unidos.

A empresa que tem investimento do Summit Agricultural Group, com sede em Iowa, assinou três acordos para vender créditos de carbono, incluindo um com a empresa de serviços petrolíferos SLB ao preço de US$ 150 por tonelada de dióxido de carbono equivalente.

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Outros parceiros incluem o escritório de advocacia Pinheiro Neto Advogados e a empresa de gestão de créditos de carbono Rubicon Carbon e sua parceira YvY Capital.

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A construção do projeto de captura e armazenamento de carbono da empresa está agora “em um ótimo estágio”, disse Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS. O projeto deve começar a operar em julho de 2026.

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O avanço contrasta fortemente com os Estados Unidos, onde a Summit Carbon Solutions — outra empresa que tem investimento da Summit Agricultural — enfrentou forte oposição dos proprietários de terras e continua buscando licenças estaduais.

A captura de carbono também encontrou resistência devido aos altos custos de investimento e às dúvidas sobre a eficácia da tecnologia.

Ainda assim, a captura de carbono é vista como vital para os produtores de etanol de milho, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para reduzir sua pegada de carbono e atender aos requisitos de acesso a mercados importantes, como o de combustíveis sustentáveis para aviação.

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Para o Brasil — segundo maior produtor mundial de etanol —, a tecnologia também apoia os esforços para expandir as vendas no exterior, apesar dos ventos contrários, como as tarifas dos Estados Unidos.

A decisão de investimento no projeto da FS foi anunciada depois que o Brasil aprovou a Lei do Combustível do Futuro no ano passado, que estabeleceu regras básicas para a captura de carbono.

Em fevereiro deste ano, a ANP, órgão regulador que supervisiona a injeção de carbono no país, incluiu o projeto da FS em uma lista de iniciativas autorizadas a seguir adiante, disse Lopes.

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A FS instalará a nova tecnologia perto de sua usina de etanol em Lucas do Rio Verde, no estado de Mato Grosso.

Ainda é necessária uma licença ambiental estadual para algumas das obras, mas a FS espera que a aprovação final do Mato Grosso seja emitida entre setembro e outubro.

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