Bloomberg — A China fará compras “substanciais” de soja dos Estados Unidos, disse o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, no domingo (26), após conversar com seus colegas chineses, em um sinal de que as relações estão se descongelando antes de uma possível reunião de líderes.
Bessent fez os comentários em uma entrevista à CBS após dois dias de reuniões com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng e outras autoridades em Kuala Lumpur, na Malásia.
Um consenso inicial foi alcançado em várias questões bilaterais, incluindo a agricultura, de acordo com uma declaração do Ministério do Comércio da China.
A medida ressalta os esforços de ambos os lados para estabilizar as relações após meses de tensões constantes e troca de retórica incisiva.
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Se confirmada por Pequim, a promessa de aumentar as compras de suprimentos dos EUA seria um grande alívio para os agricultores americanos que lutam contra o estresse financeiro depois que a China, seu principal comprador, se afastou nesta temporada.
O governo chinês tem usado suas importações de soja como uma importante moeda de troca em toda a sua disputa comercial com Washington, ajudando a fortalecer sua influência na última rodada de negociações.
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia dito várias vezes antes da reunião planejada com o líder chinês Xi Jinping que pressionaria Pequim a retomar as compras de soja dos EUA.
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Ainda assim, a retomada das compras chinesas pode não oferecer muito apoio imediato aos produtores norte-americanos, uma vez que as esmagadoras da China já garantiram um amplo suprimento de soja capaz de atender à sua demanda durante este ano e parte do próximo, estreitando a janela para novas vendas dos EUA.
Qualquer aumento nas importações dos EUA também poderia pesar sobre os preços domésticos do farelo de soja na China, aprofundando as perdas para os processadores que já estão lutando com margens reduzidas.
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No longo prazo, espera-se que Pequim mantenha sua estratégia de diversificação - aprofundando os laços com fornecedores amigos, como o Brasil, enquanto expande a produção doméstica. As recentes tensões comerciais mostraram que a China pode praticamente evitar a soja dos EUA, se necessário, e é provável que ela garanta que nunca mais dependerá de seu principal rival geopolítico para uma cultura tão vital para sua segurança alimentar e estabilidade econômica.
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