Bloomberg — O órgão regulador antitruste do Brasil decidiu a favor das principais tradings de soja, ao afirmar que empresas como a Cargill e a Bunge estão autorizadas a continuar um pacto que boicota as colheitas de terras recentemente desmatadas na Amazônia.
A maioria dos conselheiros do órgão regulador Cade votou na terça-feira para suspender até o final de 2025 uma medida preventiva decretada em agosto que suspendeu a moratória.
As atividades relacionadas à moratória, como a auditoria de fornecedores de soja, podem continuar até o final do ano.
Leia também: Soja avança no coração da Amazônia ante aumento da demanda e desafia moratória
A decisão dá às empresas e aos órgãos governamentais tempo suficiente para deliberar e chegar a um entendimento, disse o conselheiro José Levi Mello do Amaral Júnior.
Seu voto vencedor foi seguido por outros três dos seis membros do órgão regulador.
Ainda assim, a autoridade antitruste continuará investigando se o acordo - um compromisso público dos comerciantes de evitar a aquisição de soja de terras desmatadas na Amazônia após 2008 - criou um cartel.
Embora não seja definitiva, a decisão reduz os riscos ambientais imediatos à medida que o Brasil se prepara para sediar a cúpula climática COP30 em Belém, em novembro.
A decisão foi tomada após um recurso apresentado pelo grupo industrial Abiove, que representa as tradings como Cargill, Bunge, Archer-Daniels-Midland e Louis Dreyfus.
Os comerciantes argumentaram que a moratória é essencial para preservar a floresta amazônica.
A Abiove disse em um comunicado após a decisão que “continua disponível para colaborar com as autoridades competentes, a fim de promover a segurança jurídica e a previsibilidade regulatória no setor”.
--Com a ajuda de Mariana Durao.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também
Soja brasileira ganha força com expansão do plantio e desafia produtores americanos