Cade aprova fusão entre Marfrig e BRF que cria gigante do setor de carnes

A empresa combinada após negócio de US$ 2,6 bilhões será chamada de MBRF Global Foods e deve rivalizar com os principais fornecedores de alimentos do mundo

A empresa combinada será chamada de MBRF Global Foods e deve rivalizar com os principais fornecedores de alimentos do mundo (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)
Por Clarice Couto
05 de Setembro, 2025 | 04:14 PM

Bloomberg — O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição da produtora de frango BRF pela Marfrig por US$ 2,6 bilhões e abriu caminho para a criação de uma das maiores empresas de carne do mundo.

Os acionistas da BRF aprovaram a aquisição pela Marfrig no mês passado, mas o Cade adiou a decisão final depois que um membro solicitou mais tempo para apresentar seu voto.

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Os outros cinco conselheiros do órgão já haviam votado a favor do acordo e, na sexta-feira (5), o conselheiro remanescente deu sua aprovação total durante uma sessão extraordinária.

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O Cade, em sua decisão, não impôs nenhuma restrição à operação.

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A transação, anunciada em maio, havia sido postergada após a Minerva, fornecedora rival de carne bovina, levantar preocupações sobre a concorrência no mercado de alimentos processados ​​e o potencial impacto de um investidor saudita na nova empresa.

Em resposta a perguntas feitas pelo Cade durante a investigação, o investidor, com participações importantes na Minerva e na BRF, afirmou que não influenciaria a entidade resultante da fusão.

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A Salic International Investment firmou no início desta semana um acordo com o Citi para converter suas ações na BRF em derivativos, uma medida vista como útil para pavimentar o caminho para a aprovação do negócio.

Isso eliminou sua participação direta, permitindo ao investidor saudita manter um interesse econômico na empresa por meio dos derivativos.

A empresa combinada será chamada de MBRF Global Foods e deve rivalizar com os principais fornecedores de alimentos do mundo.

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Executivos disseram que a nova entidade buscará a listagem de ações nos EUA como parte de um esforço para desbloquear valor, após um movimento semelhante da rival JBS no início deste ano.

A MBRF também considerará mudar sua sede para os EUA, país que será responsável por 43% de sua receita, de acordo com o presidente-executivo da BRF, Miguel Gularte.

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