Vanguard planeja ampliar equipe em Miami para atender clientes latinos

Em entrevista à Bloomberg News, Juan Hernandez, chefe para a região de uma das maiores gestoras do mundo, diz que a equipe deve crescer de cinco para 15 pessoas nos próximos cinco anos

Miami
Por Kelsey Butler
04 de Dezembro, 2025 | 02:09 PM

Bloomberg — A Vanguard, uma das maiores gestoras de ativos do mundo, planeja triplicar o tamanho de sua equipe em Miami e expandir para outras regiões dos Estados Unidos para atender aos latino-americanos que desejam alocar uma parcela maior de seu patrimônio para o exterior.

A equipe da empresa em Miami deve crescer de cinco para 15 pessoas nos próximos cinco anos, de acordo com Juan Hernandez, chefe da Vanguard para a América Latina.

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A empresa também pretende expandir seus serviços offshore nos próximos 12 a 18 meses em locais como Califórnia e Houston, nos Estados Unidos.

“Os serviços offshore dos Estados Unidos são um centro realmente importante para a riqueza da América Latina”, disse Hernandez em entrevista à Bloomberg News na Cidade do México. “Há alguns anos, faz todo o sentido para nós prestarmos serviços aos nossos clientes que operam no México, Brasil e Chile.”

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Os latino-americanos ricos tradicionalmente mantêm grande parcela de sua fortuna no exterior, em parte para escapar da instabilidade política e da turbulência econômica em seus países de origem. Os Estados Unidos são normalmente sua primeira opção, segundo Hernandez.

Juan Hernandez

Neste ano, o private bank do JPMorgan disse que captou US$ 60 bilhões de clientes latino-americanos nos últimos quatro anos. E a State Street Investment Management e o BBVA Global Wealth Advisors também recentemente buscaram explorar o segmento.

A Vanguard administra cerca de US$ 11 trilhões em ativos globalmente, sendo US$ 80 bilhões na América Latina.

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O México é o principal mercado da gestora na região, com os fundos de pensão do país — que cresceram exponencialmente nos últimos anos em meio a reformas — entre seus principais clientes institucionais.

Os ativos líquidos dos veículos de investimento geridos pelos fundos de pensão do país triplicaram ao longo da última década, para 7,5 trilhões de pesos (US$ 400 bilhões) em junho, segundo a Consar, comissão reguladora que supervisiona os fundos.

O presidente da Consar, Julio César Cervantes, prevê que a poupança total dos trabalhadores em fundos de pensões aumentará para 12 biliões de pesos em 2030.

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Uma área que precisa de mudanças em meio ao crescimento dos fundos de pensão, conhecidos como Afores, é a sua capacidade de investir no exterior, afirmou Hernandez. Atualmente, os papéis estrangeiros são limitados a 20%.

“Acreditamos que uma grande oportunidade a ser abordada nos próximos meses ou anos é elevar o limite para que os Afores possam realmente se diversificar”, acrescentou.

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