XP avança em atendimento e atinge 21% da base de clientes com modelo fee-based

Empresa liderada por Guilherme Benchimol e Thiago Maffra supera consenso da Bloomberg com lucro de R$ 1,33 bilhão no terceiro trimestre, novo recorde. Ativos sob gestão e custódia totalizaram R$ 1,9 trilhão,crescimento anual de 16%

XP
17 de Novembro, 2025 | 07:26 PM

Bloomberg Línea — A XP Inc. apresentou lucro líquido ajustado recorde de R$ 1,33 bilhão no terceiro trimestre de 2025, um crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou ligeiramente acima do consenso de mercado compilado pela Bloomberg, que projetava lucro de R$ 1,32 bilhão.

A margem líquida ajustada ficou em 28,5%, enquanto a receita bruta somou R$ 4,9 bilhões, aumento de 9% na comparação anual.

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O lucro por ação (XP) subiu 13% em 12 meses, resultado que reflete a política de recompra e cancelamento de ações da companhia. O retorno sobre patrimônio líquido permaneceu estável em 23% na comparação anual.

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A empresa encerrou o período com R$ 1,9 trilhão em ativos de clientes sob gestão e custódia, expansão de 16% frente ao terceiro trimestre de 2024.

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A captação líquida no varejo atingiu R$ 20 bilhões. A base de clientes ativos chegou a 4,8 milhões, com uma rede de 18.200 assessores de investimentos.

Evolução do modelo de atendimento

O CEO, Thiago Maffra, destacou o que classificou como avanços no modelo de atendimento da empresa.

“Estamos evoluindo a forma de atender nossos clientes para, mais uma vez, revolucionar a forma como o brasileiro investe, com proposta de valor centrada em qualidade”, afirmou Maffra em comunicado.

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A XP agora permite que o cliente escolha entre diferentes modelos de remuneração pelo serviço de assessoria, não apenas pelo modelo antes predominante de rebate (em que o profissional recebe uma comissão por produto recomendado e alocado, o que abre espaço para o desalinhamento de interesses).

O modelo de remuneração fee-based alcançou o equivalente a 21% dos ativos de clientes do varejo no período. Neste formato, o cliente paga um percentual sobre o patrimônio definido pelo serviço de assessoria, independentemente do volume de operações realizadas.

Em 2023, no mesmo período do ano, esse percentual era de 12% dos clientes; e, em 2021, de apenas 3% do total.

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O serviço de financial planning chegou a 20% dos clientes alvo no segmento B2B, em outra métrica relacionada à curadoria que a XP tem buscado oferecer.

A melhora da qualidade do atendimento foi um objetivo expressado pelo fundador e presidente do conselho, Guilherme Benchimol, em entrevista à Bloomberg Línea no meio deste ano.

“Hoje o desafio é oferecer um serviço de qualidade em que conseguimos entender quais são os objetivos de longo prazo do cliente e montamos uma carteira que o ajude a conseguir atingir esses objetivos”, afirmou Benchimol na ocasião.

No segmento de varejo, a receita da XP foi de R$ 3,7 bilhões no período, com crescimento de 6% em relação ao terceiro trimestre de 2024.

As linhas de negócios que se beneficiam de cross-sell também apresentaram expansão: a receita de seguros avançou 21% no ano, a de previdência cresceu 24%, enquanto a de crédito registrou alta de 11%.

O segmento de atacado registrou receita de R$ 729 milhões no terceiro trimestre, aumento de 32% na comparação anual. O desempenho foi impulsionado pela área de Corporate & Issuer Services. A XP manteve 17% de participação de mercado em broker dealer e ocupou a quarta posição em distribuição de renda fixa.

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O índice de Basileia da companhia ficou em 21,2% no fim do trimestre. O indicador mede a relação entre o capital da instituição financeira e seus ativos ponderados pelo risco.

“Os resultados do trimestre reforçam a consistência do nosso modelo e a disciplina na gestão de capital. Seguimos crescendo com rentabilidade e eficiência, mantendo indicadores sólidos e capacidade de investimento para sustentar o nosso ritmo de evolução”, disse o CFO Victor Mansur.

A companhia projeta manter o crescimento nos próximos trimestres com base em uma estratégia com digitalização e eficiência operacional.

A XP planeja ampliar a adoção de CRM e continuar com a evolução do modelo de atendimento, que tem mostrado impacto na captação líquida.

A maior corretora do país também pretende continuar a diversificar as fontes de receita. As linhas de negócio fora da intermediação tradicional de investimentos têm ganhado participação no faturamento total.

O crescimento do segmento de atacado e das linhas de cross-sell compensou a desaceleração na receita tradicional de intermediação.

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