David Vélez diz que chegada do Nubank aos EUA pode levar até alguns anos

Em entrevista a jornalistas em Bogotá, CEO e cofundador do banco digital comentou sobre a operação em seu país natal e questões como o teto para a cobrança de juros e novos produtos de crédito para crescer localmente

David Vélez
20 de Outubro, 2025 | 06:16 PM

Leia esta notícia em

Espanhol

Bloomberg — O Nubank surpreendeu o mercado há um mês com seu pedido de licença bancária nos Estados Unidos. Mas o início da operação no mercado americano pode levar anos.

“Já iniciamos o processo de obtenção da licença”, disse David Vélez, CEO e cofundador do Nubank, durante um evento com jornalistas em Bogotá, na Colômbia, nesta segunda-feira (20).

PUBLICIDADE

Mas o executivo e empreendedor reconheceu que “esse é um processo que pode levar vários meses ou até mesmo alguns anos”.

Leia mais: Nubank pede licença bancária nos EUA para avançar em internacionalização

Vélez comentou na entrevista questões da operação na Colômbia, seu país natal.

PUBLICIDADE

Ele reiterou que o Nubank é a favor da eliminação no país da chamada “taxa de usura”, a exemplo do que ocorre no Brasil, embora ele tenha avaliado que no Congresso colombiano “não há apoio” ao fim da medida.

Esse mecanismo representa o percentual máximo de juros que bancos podem cobrar na concessão de empréstimos.

Segundo Vélez, a discussão sobre a pertinência da tarifa poderá ser retomada com o Congresso que a Colômbia elegerá em 2026. Ele se disse ciente de que a defesa dessa iniciativa perante a sociedade “parece ser um favor aos bancos”.

PUBLICIDADE

Vélez explicou a visão de que seria populista uma pessoa se opor à eliminação da taxa porque “isso acaba deixando uma grande maioria sem acesso ao crédito”.

Nesse sentido, ele advertiu que são prejudicadas pessoas que acabam acessando o crédito “gota a gota” e que acabam pagando “taxas de 500% e até 1.000%”.

Vélez, juntamente com Marcela Torres, General Manager do Nubank na Colômbia, anunciou o lançamento de um novo produto com o qual buscarão “construir um histórico de crédito para aqueles que não o têm”, segundo disse a executiva.

PUBLICIDADE

Leia mais: Nubank mira público que vai além de expatriados nos EUA, diz Cris Junqueira

O objetivo é que potenciais clientes que veem sua falta de histórico de crédito como um obstáculo ao financiamento possam começar a construir um track record, para que tenham condição de solicitar crédito posteriormente.

Além disso, eles lançaram uma solução de crédito livre (sem destinação pré-determinada) de até 45 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 63.000).

“Foi uma alternativa que muitos clientes nos pediram”, disse Torres, que explicou que os valores serão disponibilizados em quantidades personalizadas.

A taxa de juros dos recursos a serem emprestados será de cerca de 24% ao ano e estará vinculada à taxa de usura.

Leia também

Aprendemos a entrar em diferentes mercados sendo lucrativos, diz VP da Revolut