Bloomberg Línea — O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi levado nesta segunda-feira (4) pela Polícia Federal (PF) para a instalação de uma tornozeleira eletrônica.
A medida foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mais tarde nesta segunda-feira, Moraes determinou também a prisão domiciliar do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, por descumprir medidas cautelares que haviam sido determinadas há duas semanas.
Do Val foi levado para colocar o equipamento ao desembarcar no aeroporto de Brasília, após viagem para a Flórida, nos Estados Unidos.
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A ordem de Moraes determinou ainda a apreensão do passaporte diplomático utilizado pelo parlamentar para deixar o país.
O ministro justificou a decisão e apontou que o senador descumpriu medidas cautelares impostas anteriormente, como a entrega de todos os seus passaportes para que não pudesse deixar o país.
Na decisão desta segunda-feira, Do Val foi ainda proibido de deixar sua casa à noite e também aos fins de semana, feriados e dias de folga.
Moraes ameaçou prender o senador caso ele descumpra novamente as medidas cautelares impostas pelo Supremo.
Moraes reafirmou a proibição de que ele use redes sociais.
No fim do mês passado, o ministro havia determinado também o bloqueio de contas bancárias do senador.
O senador é investigado pelo STF pela suposta campanha de ataques nas redes sociais contra delegados da Polícia Federal que foram responsáveis por investigações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele também é suspeito de arquitetar um plano para tentar anular os resultados das eleições de 2022.
Em meados de julho, antes de sair do país, o senador pediu a Alexandre de Moraes autorização para viajar, mas o pedido foi negado.
Não está claro como o parlamentar deixou o país mesmo com uma ordem pendente de apreensão de seu passaporte.
O que disse a defesa de Marcos do Val
Em nota, Marcos Do Val disse que “repudia a narrativa de que teria havido descumprimento de medida cautelar imposta pelo Supremo Tribunal Federal”.
Em texto, o senador disse que “em nenhum momento esteve proibido de se ausentar do país, tampouco houve risco de fuga”.
Também em nota, o gabinete do senador afirmou que Do Val “sequer é réu ou foi condenado em qualquer processo”.
Além disso, acrescentou que as medidas impostas pela Justiça impediriam o pleno exercício do mandato do senador.
“A defesa do parlamentar acompanha o caso de perto e adotará as medidas jurídicas cabíveis para garantir o pleno respeito aos direitos e garantias constitucionais assegurados a qualquer cidadão, em especial a um senador em pleno exercício do mandato”, acrescentou o gabinete de Marcos Do Val.
-- Com informações da Agência Brasil.