Quem são os influenciadores que o PT pretende acionar em defesa do governo Lula

PT lança projeto ‘Pode Espalhar’, que pretende reunir influenciadores alinhados ao governo para defender a sua ‘narrativa’, com ‘suporte jurídico, curadoria de conteúdos e canais diretos com a estrutura partidária’

Brasília (DF) 30/06/2025 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado dos ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, da Fazenda, Fernando Haddad e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, participa da cerimônia de lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
04 de Julho, 2025 | 01:37 PM

Bloomberg Línea — O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende reforçar a sua comunicação com a população e a sociedade para defender o seu plano de aumento de impostos, em particular a elevação de alíquotas de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para diferentes situações.

Para tanto, o partido do presidente, o PT, lançou oficialmente na última quarta-feira (2) o projeto chamado “Pode Espalhar”, voltado para influenciadores digitais. A iniciativa é realizada em conjunto com a Fundação Perseu Abramo (FPA).

Segundo informações divulgadas e outras que estão no site do PT, o objetivo é "criar o Clube de Influência do Time Lula, com suporte jurídico, curadoria de conteúdos e canais diretos com a estrutura partidária".

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Não houve menção a ajuda financeira do governo - diretamente ou por meio de verbas de comunicação de ministérios ou estatais - a esses influenciadores, que não foram em um primeiro momento identificados.

O evento de lançamento - uma live transmitida pela internet - contou com o secretário nacional de Comunicação do PT, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente nacional do partido, e e Paulo Okamotto, presidente da FPA.

“O que aconteceu na semana passada na votação do IOF foi o estopim. O que nós queremos é mostrar quem paga a conta no Brasil”, afirmou Tatto, em referência à decisão do Congresso - maioria dos deputados na Câmara e maioria dos senadores no Senado - de derrubar o decreto do Executivo de aumento do IOF.

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Essa elevação, que foi alvo de críticas de empresas e entidades do setor privado e do financeiro em particular, além de milhões de pessoas físicas, tem o objetivo alegado de aumentar a arrecadação de impostos pelo governo federal para ajudá-lo a atingir as metas fiscais acertadas com o país de modo geral.

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Como parte do contexto, o PT lançou recentemente uma campanha denominada “BBB”, em trocadilho com o reality show da Globo: a defesa do governo é pela taxação de “Bilionário, Banqueiro e Bets (casas de aposta)”.

“Estamos falando de cerca de 150 mil pessoas que vão pagar um pouco mais de imposto para beneficiar 30 milhões”, disse o secretário nacional de Comunicação do PT sobre o impacto direto do aumento do IOF, mas não dos indiretos.

Segundo Costa, haveria um descompasso entre os avanços econômicos e a percepção popular - e citou programas sociais e aumento do Bolsa Família.

“A população não sente ainda como suas essas conquistas. Nosso trabalho é fazer com que essas vitórias cheguem até as pessoas”, disse o presidente do PT.

Nesta sexta (4), em meio a essa disputa entre o Poder Executivo e o Legislativo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu os efeitos dos decretos da presidência da República e da decisão do Congresso que tratam do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

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Na decisão, Moraes determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o governo federal e o Congresso sobre o tema, que está agendada para o dia 15 de julho na sala de audiências da Corte, em Brasília.

- Com informações da Agência Brasil.

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