Bloomberg — A Walt Disney anunciou planos para seu primeiro parque temático no Oriente Médio, um amplo resort no emirado de Abu Dhabi.
O 13º parque da empresa será construído e operado pelo Miral Group, de acordo com o anúncio feito nesta quarta-feira (7). Ele também pertencerá ao grupo.
A Disneyland Abu Dhabi será construída na Ilha Yas, um importante centro de turismo nos Emirados Árabes Unidos, que inclui os parques Ferrari World, Warner Bros. World e SeaWorld, construídos pela Miral.
Será o primeiro local totalmente novo da empresa desde a inauguração do Shanghai Disney Resort em 2016.
A gigante de entretenimento com sede em Burbank, na Califórnia, já havia delineado um plano de uma década para turbinar o crescimento de sua divisão de parques - seu negócio mais lucrativo.
Os “imagineers” da Disney estão projetando o resort e suas atrações, um processo que normalmente leva cerca de dois anos, de acordo com Josh D’Amaro, que lidera a divisão que inclui os parques, navios de cruzeiro e produtos de consumo da empresa.
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Quando os projetos estiverem concluídos, o parque levará de cinco a seis anos para ser construído.
Detalhes como o custo e as atrações do resort não foram divulgados.
“O projeto é incrivelmente ambicioso, e o terreno em que estamos construindo será grande o suficiente para exibir todas as nossas franquias”, disse D’Amaro em uma entrevista à Bloomberg News.
“O Oriente Médio é uma parte do mundo na qual sentimos que temos grandes oportunidades, e encontramos um local e um parceiro que combinam muito bem com a ambição que temos.”
O resort será o mais avançado tecnologicamente da Disney, e a Miral financiará a totalidade do projeto, disse D’Amaro.
O novo parque dará à empresa uma presença no maior hub global de companhias aéreas do mundo, com mais de 120 milhões de passageiros viajando anualmente por Abu Dhabi e Dubai - sem nenhum compromisso de capital.
As autoridades da Disney estão em negociações com a Miral há cerca de 18 meses e receberam sua diretoria em Burbank no ano passado para analisar as propostas, disse D’Amaro.
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A Disney anunciou planos no ano passado para dobrar o investimento de capital em seu negócio de resorts para US$ 60 bilhões na próxima década, a fim de acelerar o crescimento de seu negócio de experiências.
Como parte disso, a empresa decidiu dobrar o tamanho de sua frota de cruzeiros para 13 navios até 2031 e construir uma área dedicada aos vilões em seu Walt Disney World Resort, na Flórida.
A Universal Destinations & Experiences, da rival Comcast, inaugura um novo parque temático na Flórida, no valor de US$ 7 bilhões, no final deste mês, e avança nos planos de construir seu primeiro parque temático europeu no Reino Unido, um concorrente em potencial da Disneyland Paris.
O resort em Abu Dhabi será o sétimo local da Disney no mundo a contar com parques temáticos, ao lado de propriedades na Califórnia, na Flórida, em Tóquio, em Paris, em Xangai e em Hong Kong. Xangai levou cerca de sete anos para ser inaugurado após ser formalmente anunciado.
O parque em Abu Dhabi combinará a arquitetura local com os projetos da Disney, tornando o resort “autenticamente Disney e distintamente dos Emirados”, disse Bob Iger, CEO da Disney, em um comunicado.
Uma projeção fornecida pela Disney mostrava estruturas de aparência contemporânea que lembram o horizonte de Abu Dhabi, embora as atrações exatas fossem difíceis de discernir.
Espera-se que o parque tenha um castelo, uma peça central dos resorts da Disney desde a Disneyland original, em 1955.
A Yas Island é uma área de resort artificial que ocupa quase 26 quilômetros quadrados. Localizada a cerca de 30 minutos do centro da cidade de Abu Dhabi, a ilha oferece praias, lojas, parques temáticos, hotéis, campos de golfe e várias outras atrações.
Nos últimos meses, a Disney abriu lojas autônomas nos Emirados Árabes Unidos, que registraram grande demanda, disse D’Amaro.
No entanto nem todas as ofertas da empresa foram bem-sucedidas no país.
Em 2022, os Emirados Árabes Unidos - que criminalizam relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo - proibiram o lançamento do filme Lightyear, um filme derivado de Toy Story, da Pixar Animation Studios, que inclui um beijo entre pessoas do mesmo sexo.
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D’Amaro disse que a Disney opera em todo o mundo e sempre adere a seus próprios padrões e valores, bem como às leis e regulamentações locais.
Mais cedo na quarta-feira, a Disney divulgou os resultados do segundo trimestre fiscal, que excederam as expectativas e elevou o guidance para o ano inteiro.
Os resultados foram impulsionados pelo aumento dos lucros nos parques temáticos domésticos, nos serviços de streaming e em seu estúdio de cinema.
A receita geral aumentou 7%, para US$ 23,6 bilhões, enquanto o lucro ajustado por ação subiu 20%, para US$ 1,45, superando as estimativas de US$ 1,20.
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