Bloomberg Línea — Começa nesta tarde de quarta-feira (7) no horário de Roma o Conclave, reunião da Igreja Católica que tem como objetivo eleger um novo Papa.
O Conclave vai acontecer na Capela Sistina do Vaticano, que permanecerá fechada para visitantes até que a eleição do novo pontífice, que sucederá o Papa Francisco, morto no último dia 21 de abril, seja concluída.
Podem votar no Conclave 133 cardeais de todas as partes do mundo - de setenta países -, aptos a participar da cerimônia por contar com menos de 80 anos de idade. Eles ficarão confinados a partir das 16h30 no horário local - 11h30 de Brasília.
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Segundo o Vaticano, o conclave será precedido por uma celebração eucarística solene, com a presença dos cardeais eleitores. No período da tarde nesta quarta, sempre no horário de Roma, eles seguem em procissão até a Capela Sistina.
Ao final da procissão, já dentro da Capela Sistina, cada cardeal eleitor prestará juramento.
Os cardeais eleitores se comprometem a manter absoluto sigilo sobre tudo o que se relaciona ao pleito e a se abster de apoiar qualquer tentativa de interferência externa na eleição.
Devem permanecer no local apenas o próprio mestre da cerimônia e o eclesiástico designado para proferir a segunda meditação.
Os cardeais eleitores recitam orações e ouvem o cardeal decano, que pergunta se estão prontos para prosseguir com a votação ou se há algum esclarecimento necessário sobre regras e procedimentos.
Durante todo o processo eleitoral, os cardeais eleitores devem abster-se de enviar cartas ou manter conversas, incluindo telefonemas, exceto em casos de extrema urgência, segundo a liturgia do processo eletivo.
Segundo a Santa Sé, os cardeais não estão autorizados a enviar ou receber mensagens de qualquer tipo, receber jornais ou revistas de qualquer natureza ou acompanhar transmissões de rádio ou televisão.
Como funciona a votação
De acordo com o Vaticano, um novo papa somente é eleito com a maioria de dois terços dos cardeais eleitores presentes. Se o número total não for divisível por três, é necessário um voto adicional.
Haverá em tese apenas uma votação na tarde desta quarta-feira, com previsão de divulgação do resultado por volta das 19h no horário de Roma - 14h de Brasília. Nos dias subsequentes, duas votações serão realizadas pela manhã e duas à tarde.
Após a contagem dos votos, todas as cédulas são queimadas. Se a votação for inconclusiva, uma chaminé posicionada sobre a Capela Sistina emite fumaça preta. Se um novo papa for eleito, sairá da chaminé uma fumaça branca.
Os conclaves se estendem por dias, com várias votações realizadas antes que um candidato obtenha a maioria necessária de três quartos para se tornar papa.
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O conclave mais longo aconteceu entre 1268 e 1271 - dois anos e nove meses, para ser mais exato, diante do que historiadores apontam como falta de consenso sobre um nome. No fim, foi eleito Teobaldo Visconti, que se tornou Gregório X.
O conclave mais curto, por outro lado, demorou dois dias e aconteceu em 2005, com a eleição do alemão Joseph Ratzinger para suceder João Paulo II. Ele assumiu como Bento XVI e ficou no cargo até a sua renúncia em 2013.
Caso os cardeais eleitores não cheguem a um acordo após três dias de votação - ou seja, em teoria até a sexta-feira (9), haverá um intervalo de até um dia para oração, livre discussão entre os eleitores e uma breve exortação espiritual do cardeal Dominique Mamberti.
Assim que a eleição do novo papa é concluída, o último dos cardeais diáconos chama à Capela Sistina o secretário do Colégio Cardinalício e o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.
- Com informações da Agência Brasil.