Deutsche contrata o brasileiro Pedro Goldbaum, ex-Citi, para operação nos EUA

Goldbaum, que liderava negociação de taxas do Citigroup, se juntou ao maior banco da Alemanha para reforçar o negócio no mercado de títulos dos EUA

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Bloomberg — O ex-co-head de negociação de taxas do Citigroup (C), o brasileiro Pedro Goldbaum, juntou-se ao Deutsche Bank (DB), o maior banco da Alemanha, à medida que a instituição financeira busca entrar no mercado de títulos dos Estados Unidos.

Goldbaum, que deixou o Citigroup no final do ano passado durante a reestruturação do banco americano, junta-se ao Deutsche Bank em Nova York como chefe de negociação de inflação e taxas não lineares de dólar, e de negociação de taxas para a América Latina , de acordo com um comunicado interno.

“Continuamos a contratar talentos excepcionais para nosso negócio nas Américas, enquanto expandimos nossos principais negócios FIC na Europa e na região da Ásia-Pacífico”, disse Panos Stergiou, chefe global do grupo de clientes institucionais do Deutsche Bank, em um e-mail.

Goldbaum é formado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e fez doutorado na mesma área na Universidade Princeton, nos Estados Unidos, segundo o seu perfil do LinkedIn. Além do CIti, ele teve passagens por JP Morgan, Bear Stearns e McKinsey. Ele estava no Citi havia quase 12 anos, baseado em Londres.

Michael Fisher também se juntará ao Deutsche Bank em março, saindo do Barclays para liderar as negociações de taxas para bancos, seguradoras e entidades do setor público.

Ele trabalhará em parceria com Jessica Dahlman para expandir os negócios com hedge funds e gestores de ativos, de acordo com um comunicado separado. Vignesh Ravi, por sua vez, está se mudando de Londres para Nova York para ajudar a supervisionar os esforços com seguradoras em todas as classes de ativos FIC.

A área de negociação de renda fixa do Deutsche Bank está entre as mais importantes geradoras de receita do banco sediado em Frankfurt, representando quase 28% do total em 2023.

No entanto, a divisão sempre dependeu de negociações de crédito e financiamento - compra e venda de dívidas corporativas e empréstimos a empresas - ao invés de negociações de taxas, na qual os traders buscam lucrar com títulos do governo e derivativos vinculados às taxas de juros.

A menor presença do banco nas negociações de taxas dos EUA significa que ele perdeu uma onda de receitas que beneficiou todo o setor, à medida que os investidores correm para especular sobre o ritmo das mudanças nas taxas de juros do Federal Reserve e protegerem-se contra oscilações voláteis na participação deles nos Tesouros dos EUA.

Somente em janeiro, o volume médio diário de negociação de títulos do Tesouro dos EUA aumentou 46% em relação ao ano anterior, para US$ 891 bilhões, segundo pesquisa da Coalition Greenwich. Societe Generale e Barclays têm sido alguns dos bancos que estão contratando nessa área desde o final da era de taxas quase zero.

Os 25 maiores bancos do mundo compartilharam US$ 14 bilhões de receita nas negociações de taxas dos EUA no ano passado - o maior valor em mais de uma década. No entanto, o Deutsche Bank ficou apenas na nona posição em termos de tamanho, de acordo com a BCG Expand, o braço de pesquisa da Boston Consulting Group.

Sob a liderança de Goldbaum e sua co-chefe de negociação de taxas, Deirdre Dunn, a área de taxas do Citigroup alcançou a segunda posição em participação de mercado segundo a Coalition Greenwich no primeiro semestre de 2023, subindo da terceira posição em todo o ano de 2022.

- Com a colaboração de Steven Arons e informações complementares da Bloomberg Línea sobre a carreira e a nacionalidade de Pedro Goldbaum.

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