Viveka Kaitila, da GE, deixará o comando da empresa no Brasil após o fim do ano

Executiva diz à Bloomberg Línea que é chegada a hora de ‘encerrar um capítulo’ na GE após 26 anos; empresa não deverá ter liderança única no país após conclusão de spin-off prevista para 2024

El conglomerado se dividirá en tres compañías separadas. Una tendrá su foco en atención sanitaria, otra en energía y la tercera en aviación.
04 de Dezembro, 2023 | 10:00 AM

Bloomberg Línea — Viveka Kaitila, presidente da General Electric (GE) no Brasil, deixará a liderança da companhia no país depois do fim do ano, segundo contou a executiva em entrevista à Bloomberg Línea no escritório da gigante americana em São Paulo.

Com a saída, Kaitila pretende encerrar um período de sete anos à frente da operação brasileira e uma carreira de 26 anos na companhia.

A executiva é uma das principais lideranças femininas entre grandes empresas no Brasil e tem atuado para promover a diversidade nas companhias.

Em 2023, ela entrou para a lista dos 500 Mais Influentes da América Latina da Bloomberg Línea pelo terceiro ano consecutivo.

PUBLICIDADE

Kaitila disse que esteve envolvida no processo de spin-off da companhia nos últimos anos, para estruturar a nova operação no Brasil, e avaliou que, uma vez terminada essa etapa, era a hora de “encerrar um capítulo” na GE no ano que vem.

Ela disse que pretende tirar dois meses para descansar e, depois, pensar em novos projetos.

Nascida na Finlândia, a executiva se mudou para o Brasil aos 4 anos com a família. Ela se formou em matemática aplicada e economia na Universidade Brown, nos Estados Unidos, e, depois, decidiu permanecer no Brasil mesmo após a mudança da família de volta para o país natal.

PUBLICIDADE

Kaitila iniciou a carreira no mercado financeiro, trabalhando no Unibanco, antes da fusão com o Itaú, e no Bank of America. Em seguida, entrou na GE em 1997, inicialmente no braço financeiro da empresa, a GE Capital.

Viveka Kaitiladfd

A decisão de Kaitila de deixar a GE ocorre após um processo de divisão do conglomerado americano, que já dura dois anos.

Em novembro de 2021, a gigante industrial informou os planos de se dividir em três companhias separadas negociadas em bolsa: a GE HealthCare (focada nos produtos voltados para a saúde), a GE Vernova (para energia) e a GE Aerospace (para aviação).

A GE HealthCare opera separadamente desde o início de 2023 e é liderada atualmente na América Latina por Rafael Palombini, baseado no Brasil.

O plano da companhia é concluir a divisão no segundo trimestre do ano que vem, com as duas novas companhias.

“Nosso chairman global anunciou recentemente que o processo do spin-off da GE Vernova será concluído no começo do segundo trimestre de 2024. Em janeiro já estaremos prontos e com isso, considero que seja o momento ideal para também fechar meu ciclo de 26 anos na GE e me preparar para um novo”, afirmou a executiva.

Uma vez concluído o spin-off, as novas companhias de energia (GE Vernova) e aeroespacial (GE Aerospace) não terão uma liderança única no país, e ficarão sob o comando dos líderes de suas respectivas áreas.

PUBLICIDADE

Atualmente, a GE tem cerca de 8.000 funcionários no Brasil, já considerando a separação da GE HealthCare.

Cerca de 5.000 atuam na divisão de energia, responsável pela produção de equipamentos de geração e distribuição, e outros 3.000 na unidade aeroespacial, que fornece equipamentos e presta manutenção para empresas do ramo de aviação.

-- Atualizada para corrigir o nome da GE Aerospace.

Leia também

PUBLICIDADE

Toro, do Santander, encerra serviço da antiga Monetus dois anos e meio após aquisição

Estudo revela o que mais motiva as pessoas no trabalho no país. E não é dinheiro

Filipe Serrano

É editor da Bloomberg Línea Brasil e jornalista especializado na cobertura de macroeconomia, negócios, internacional e tecnologia. Foi editor de economia no jornal O Estado de S. Paulo, e editor na Exame e na revista INFO, da Editora Abril. Tem pós-graduação em Relações Internacionais pela FGV-SP, e graduação em Jornalismo pela PUC-SP.