Desaceleração econômica pode ser obstáculo para redução de carbono

Descobertas ocorrem à medida que alguns governos recuaram de planos para apoiar energias renováveis e produtos com baixa emissão de carbono

A worker on the production line of electric vehicle motors and drive control systems at Zhejiang Geely Holding Group Co.'s Viridi E-Energy Mobility Technology Co. (VREMT) factory in Ningbo, China, on Wednesday, Feb. 22, 2023. Geely, one of China's largest carmakers, has joined a local price war by offering discounts of as much as 30,000 yuan ($4,350) on some of its models. Photographer: Qilai Shen/Bloomberg
Por Olivia Rudgard
16 de Novembro, 2023 | 04:44 PM

Bloomberg — A desaceleração econômica global está começando a impactar os esforços das empresas para alcançar as metas climáticas.

Cerca de 40% das empresas da indústria pesada em todo o mundo afirmam não conseguir investir mais na descarbonização devido ao cenário atual, segundo uma nova pesquisa da consultoria Accenture, que entrevistou 1.000 executivos.

Quase dois terços indicaram que seus principais esforços para reduzir as emissões de carbono não serão economicamente atrativos antes do final da década.

“Se a indústria pesada falhar na descarbonização, todas as outros falharão”, disse o pesquisador.

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Essas descobertas ocorrem à medida que alguns governos recuaram de planos para apoiar energias renováveis e produtos com baixa emissão de carbono, devido à alta inflação e preocupações com custo e segurança energética.

A pesquisa da Accenture sugere que as empresas também estão avançando mais lentamente, em um momento em que eventos climáticos severos em todo o mundo destacam os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas.

Em um relatório separado divulgado nesta quinta-feira (16), a consultoria constatou que apenas 18% das empresas estão no caminho certo para atingir metas de neutralidade líquida até meados do século.

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Ao mesmo tempo, 37% se comprometeram a atingir a neutralidade líquida — um aumento em relação aos 34% do ano passado —, de acordo com uma análise de 2.000 das maiores empresas do mundo.

“É promissor ver um aumento nos compromissos públicos com metas de neutralidade líquida novamente este ano, mas a adoção de medidas-chave de descarbonização não é uniforme, com algumas empresas ainda incapazes de dominar o básico”, disse Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture para a Europa, Oriente Médio e África, em comunicado.

A Europa se saiu melhor do que outras regiões do mundo, com 61% das empresas pesquisadas tendo metas de neutralidade líquida, em comparação com 28% na América do Norte e 30% globalmente. No entanto, apenas 24% das empresas europeias estavam a caminho de alcançar a neutralidade líquida até 2050.

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