BTG Pactual compra corretora Órama por R$ 500 milhões e avança em varejo digital

Banco anuncia a segunda aquisição em pouco mais de um mês, após compra da Magnetis; negócio se insere na estratégia de ganho de escala de plataforma digital

Sede do BTG Pactual na Faria Lima, em São Paulo (Divulgação)
02 de Outubro, 2023 | 09:40 AM

Bloomberg Línea — O BTG Pactual acertou a compra da corretora Órama por R$ 500 milhões, dentro de sua estratégia de ganho de escala e busca de sinergias e eficiência em sua plataforma digital voltada para o investidor de varejo. A aquisição foi informada ao mercado na manhã desta segunda-feira (2).

A Órama Investimentos, que tem cerca de R$ 18 bilhões em ativos sob custódia (AuC) e 360 mil clientes, foi fundada em 2011 por quatro profissionais experientes do mercado financeiro brasileiro: Selmo Nissenbaum, Habib Nascif, Roberto Rocha e Guilherme Horn. Foi uma das primeiras do país a oferecer investimentos em modelo digital.

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Nissenbaum e Rocha haviam sido fundadores anteriormente da Ágora Corretora, depois vendida ao Bradesco. Nascif, o CEO da Órama, havia fundado a Personale Investimentos junto com Rocha.

O negócio, sujeito à aprovação das autoridades regulatórias, não envolve a gestão de fundos feita pela Órama. Do lado dos vendedores estão, além dos sócios, a Rede D’Or (RDOR3), que havia ficado com a fatia da SulAmérica ao comprar a empresa, e a Globo Ventures, braço de venture capital da Globo, cada uma com 25% do capital da Órama.

A corretora tem 370 funcionários e 300 assessores de investimentos registrados na Ancord, a associação de classe.

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“Esta aquisição faz parte da estratégia de expansão das plataformas digitais do BTG Pactual, com aumento da base de clientes e avanço na oferta de produtos e serviços para pessoas físicas”, apontou o BTG em comunicado ao mercado.

Para o BTG Pactual, maior banco de investimento da América Latina e liderado por André Esteves e Roberto Sallouti, a compra se insere na estratégia de crescimento no segmento de varejo por meio de canais digitais. O investimento no desenvolvimento da plataforma digital consumiu mais de R$ 1 bilhão, e os negócios de M&A ampliam a capacidade de rentabilização da operação.

Essa área é liderada pelo executivo Marcelo Flora, sócio responsável pelas plataformas digitais do BTG Pactual (BPAC11).

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É a segunda aquisição anunciada em pouco mais de um mês. No último dia 22 de agosto, o banco havia acertado a compra da Magnetis, uma gestora 100% digital que faz uso de robô-advisors para definir estratégias de alocação e que é considerada pioneira nesse segmento no país. O valor da transação não foi revelado.

Entre 2020 e 2022, antes da virada do mercado com o aumento das taxas de juros, o BTG comprou a Ourinvest, a Necton Investimentos, a Elite Investimentos, a EQI (49%), o Grupo Universa (de Empiricus e Vitreo) e a Kinvo, além das carteiras de clientes pessoas físicas da Fator Corretora e da Planner. Em 2017, havia adquirido a Network Partners, entrando na distribuição por meio de agentes autônomos.

Houve também a compra de participações de escritórios de agentes autônomos, sempre relacionadas com a ampliação da capacidade de distribuição das plataformas.

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Em outra frente, o BTG Pactual também comprou participações, principalmente, de assets como Clave, Perfin, Canuma, Ryo, Absolute e Kawa Capital, relacionadas à estratégia da capacidade de gestão.

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Marcelo Sakate

Marcelo Sakate é editor-chefe da Bloomberg Línea no Brasil. Anteriormente, foi editor da EXAME e do CNN Brasil Business, repórter sênior da Veja e chefe de reportagem de economia da Folha de S. Paulo.