Porto escolhe Paulo Kakinoff para suceder Roberto Santos como CEO em 2024

Ex-CEO da Gol integra o conselho de administração do grupo de seguros desde março de 2020. Santos segue no comando até o fim deste ano, quando passará ao conselho

Por

Bloomberg Línea — O executivo Paulo Kakinoff, de 48 anos, ex-CEO da Gol (GOLL4), foi escolhido para suceder Roberto Santos como CEO da Porto (PSSA3) a partir de janeiro de 2024, segundo comunicado ao mercado na manhã desta quarta-feira (31). Santos, que assumiu o comando em 2018, fica no cargo de CEO até o final do ano, quando passará a ocupar uma cadeira no conselho de administração, informou a Porto.

O anúncio ocorre em um momento em que um dos maiores grupos de seguros do país enfrenta desafios como o aumento da inadimplência em seu negócio financeiro, o Porto Bank. A empresa busca a retomada do seu patamar histórico de rentabilidade com reajustes de apólices do segmento de saúde, enquanto enfrenta maior sinistralidade no segmento de automóveis após um primeiro trimestre com excesso de chuva, principalmente no Estado de São Paulo, seu principal mercado.

Kakinoff, que deixou o comando da Gol em julho de 2022 após 10 anos, integra o conselho de administração da Porto desde março de 2020. Ele atua nos comitês de auditoria, marketing, pessoas, remuneração e risco integrado. Antes de presidir a companhia aérea a partir do segundo semestre de 2012, ele foi CEO da montadora Audi no Brasil por três anos.

Além da Porto, ele também é membro do conselho - board - de empresas dos setores de construção civil, energia renovável, locação de ativos, papel e celulose, logística e mobilidade.

“Com esse movimento, a Porto reforça ainda mais a estratégia de diversificação de nossas áreas de atuação - Porto Seguro, Porto Saúde, Porto Bank e Porto Serviços- fortalecendo o ecossistema Porto ao acelerar a trajetória de crescimento sustentável da companhia, com geração de valor a todos os stakeholders”, apontou o comunicado.

Neste ano, até ontem (30), a ação da Porto acumulava alta de 3% na B3, acima do desempenho do Ibovespa (+0,55%).

A Porto é considerada a sexta maior do país no mercado brasileiro de seguros, em que enfrenta gigantes como Bradesco Seguros (1º), BB Seguridade (2º), Caixa Seguridade (3º), SulAmérica (4º) e Zurich (5º), segundo o último ranking da CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras).

Neste mês de maio, o setor tem visto uma movimentação mais intensa. No último sábado, a HDI Seguros anunciou a assinatura de acordo de compra das operações da Liberty Seguros na América Latina, que engloba as atividades do Brasil, do Chile, da Colômbia e do Equador.

Já o Magazine Luiza (MGLU3) anunciou, no último dia 11, a renovação de acordo operacional e de distribuição da Luizaseg, seu negócio de seguros, com o BNP Paribas Cardif Brasil, o que representou um reforço de caixa de R$ 1,01 bilhão.

Em entrevista à Bloomberg Línea no início do mês, o atual CEO da Porto disse que o grupo procura um sócio para explorar o modelo de locação de veículos, denominado de Carro Fácil, um serviço de assinatura de automóveis, após a desistência da Cosan (CSNA3) de formar uma JV (joint venture). O elevado custo de capital para adquirir veículos, em meio à redução de estoques, reflexo da escassez de componentes, foi citado como um dos obstáculos para ganhar escala com o negócio.

Leia também

CEO da AES Brasil, Clarissa Sadock renuncia e assume como VP de ESG na Vibra