Deutsche Bank: onda de calotes vai varrer mercados corporativos nos EUA e Europa

Segundo os analistas, próximo ciclo de default poderá ser marcado por altos e baixos, em vez do choque visto na crise financeira global de 2008

Alta dos juros deverá levar à uma onda de calotes nos EUA e Europa, segundo o banco alemão
Por Libby Cherry
31 de Maio, 2023 | 02:36 PM

Bloomberg — Uma onda de calotes está prestes a varrer os mercados de dívida corporativa nos Estados Unidos e Europa à medida que empresas colapsam sob o peso de juros altos, segundo o Deutsche Bank (DB).

A taxa de inadimplência deve atingir um pico de 9% para títulos de alto risco nos EUA e 5,8% para os de grau especulativo na Europa até o quarto trimestre de 2024, disseram analistas do banco, incluindo Jim Reid e Steve Caprio.

“Nossos indicadores de ciclo confiáveis sinalizam que uma onda de default é iminente e as perdas de crédito devem aumentar consistentemente até o final de 2023. Depois, devem saltar mais acentuadamente em 2024, quando os EUA entram em recessão”, disseram.

À medida que um “superciclo” de 20 anos de defaults ultrabaixos chega ao fim com o aperto monetário nos EUA e na zona do euro, a escala e a duração da inadimplência corporativa podem surpreender os investidores, disseram os analistas.

PUBLICIDADE

Ao mesmo tempo, a falta de apoio dos bancos centrais na próxima recessão também pode decepcionar, com custos de financiamento corporativo mais altos do que o esperado durante uma desaceleração econômica.

É mais provável que o próximo ciclo de default seja marcado por altos e baixos, em vez de um choque na escala visto durante a crise financeira global de 2008 e 2009, disseram os analistas.

A ajuda pode vir de empresas de private equity para apoiar seus investimentos e de cortes de juros dos bancos centrais. Mas esses fatores devem apenas evitar o pior, disse o banco.

PUBLICIDADE

Com isso em mente, os mercados por enquanto não estão precificando a escala do risco de calotes, disseram os analistas.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também:

BRF: Marfrig e fundo saudita oferecem até R$ 4,5 bi para ampliar a sua fatia

Bitcoin tem 1ª queda mensal de 2023 após IA e ChatGPT roubarem holofotes