Decisão de juros no Brasil, EUA e Europa, Lula em Londres e os destaques da semana

Em semana de balanços e “Super Quarta”, investidores aguardam comunicados com sinalizações sobre próximos passos no combate à inflação

Prédio do Banco Central em Brasília
Por Josue Leonel
01 de Maio, 2023 | 05:02 PM

Bloomberg — Mais do que a decisão de política monetária nesta semana, o mercado estará atento à divulgação do comunicado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em meio à redução das apostas em corte da taxa Selic, que se somam à postura hawkish do Banco Central.

Em uma semana encurtada por conta do feriado de Dia do Trabalhador nesta segunda-feira (1), a expectativa é de forte volatilidade nos mercados, com decisões de juros também nos Estados Unidos e na Europa, em que os bancos centrais devem elevar as taxas.

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Dados do payroll nos EUA, relatório da Petrobras (PETR3; PETR4) e o balanço do Bradesco (BBDC4) também estão no radar.

Confira a seguir os principais destaques desta semana:

Comunicado do Copom

Apesar da cobrança do governo por juros menores, a expectativa de manutenção da Selic em 13,75% nesta quarta-feira (3) é unânime e as apostas em corte da taxa básica diminuem.

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O mercado vai monitorar o comunicado em busca de sinais para as reuniões seguintes após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter mantido o tom de cautela em falas recentes.

Dados de atividade e déficit público acima do esperado levaram o mercado a reduzir ainda mais as apostas em cortes do juro em junho e mesmo para agosto a probabilidade diminuiu significativamente.

Com a agenda de indicadores mais fraca nesta semana, traders monitoram expectativas de inflação do relatório Focus, que será divulgado na terça-feira (2).

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Fomc e BCE

O mercado espera que o Federal Reserve anuncie na próxima quarta-feira uma alta de 0,25 ponto percentual de sua taxa, para 5,25%.

Segundo a Bloomberg Economics, a alta deve ser a última no ciclo de aperto, mas com a inflação mais de duas vezes acima da meta de 2%, o BC americano não deve começar a cortar antes do 1º trimestre de 2024 – embora a expectativa do mercado seja de redução de 0,6 pp já no segundo semestre deste ano.

Após o Fomc, a visão do mercado sobre política monetária ainda deve ser influenciada pelo payroll, na sexta-feira (5), com estimativa de desaceleração. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) se reúne na quinta-feira (4), também com investidores projetando alta de 0,25 pp.

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Autoridades monetárias da Austrália, Malásia e Peru também se reúnem na semana.

Lula em Londres

Após viagens recentes à China, Emirados Árabes Unidos, Portugal e Espanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Londres nesta semana. Ele deve participar no dia 6 de maio da coroação do rei Charles III e também deverá se encontrar com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, segundo os jornais.

O presidente também teria sido convidado a participar da reunião do G-7 no Japão, a partir de 19 de maio, mas a viagem ainda não foi confirmada.

Relatório da Petrobras

Após a definição do novo conselho, a Petrobras divulga nesta quarta-feira o desempenho de produção e vendas nos três primeiros meses do novo governo. O balanço completo do período será divulgado em 11 de maio. Na última sexta (28), a estatal anunciou o corte de R$ 0,38 por litro no preço médio de venda do diesel A para distribuidoras.

Ibovespa e Bradesco

A nova carteira teórica do Ibovespa (IBOV), que vigora até 1 de setembro, entrará em vigor na terça-feira (2). A ação do IRB Brasil (IRBR3), que havia sido incluída na primeira prévia, foi mantida.

A temporada de balanços continua e terá como destaque o resultado do Bradesco (BBDC4), em 4 de maio. Outros resultados previstos para a semana incluem Eletrobras (ELET3; ELET6), Ambev (ABEV3), Carrefour Brasil (CRFB3), CSN (CSNA3), Klabin e Embraer (EMBR3).

-- Com a colaboração de Simone Iglesias

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