Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do país, desacelerou e teve alta de 0,57% em abril, abaixo do esperado pelo mercado financeiro. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,59% e, em 12 meses, de 4,16%, abaixo dos 5,36% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março, a taxa foi de 0,69%.
A expectativa mediana de economistas consultados pela Bloomberg era de alta de 0,60% na comparação mensal, e de 4,19% na base anual (ante 5,36% em março).
De acordo com o IBGE, a desaceleração em relação a março foi influenciada, entre outros fatores, pela queda nos preços no grupo de Alimentação e Bebidas (de alta de 0,20% em março para 0,04% em abril), Comunicação (de 0,75% para 0,06%) e Habitação (de 0,81% para 0,48%).
Em Alimentação e Bebidas, o movimento foi influenciado pela variação negativa da alimentação no domicílio (-0,15%), segundo o IBGE, com queda nos preços de alimentos como batata-inglesa (-7,31%), cebola (-5,64%), óleo de soja (-4,75%) e das carnes (-1,34%).
Rumo dos juros
Os dados de inflação são acompanhados de perto pelo mercado financeiro, que busca uma desaceleração no aumento dos preços para que seja possível um corte da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ano ano.
Em sabatina no Senado na terça-feira (25), o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto reforçou a piora nas expectativas para a inflação e disse que não é hora de cortar a Selic. Segundo ele, não dá pra dizer quando que os juros vão cair no Brasil.
No relatório Focus, do BC, desta semana, os economistas consultados pela autoridade monetária elevaram pela quarta semana consecutiva as projeções para a inflação em 2023, desta vez de 6,01% para alta de 6,04%. Para 2024, as estimativas se mantiveram em alta de 4,18% do IPCA.
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