Bitcoin rompe a barreira dos US$ 30 mil pela primeira vez desde junho de 2022

Rali ganhou força após colapso de bancos americanos, o que reavivou a narrativa de que o token funciona como uma alternativa às finanças tradicionais

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Bloomberg — Com uma alta acumulada de 80% desde o início do ano, o bitcoin (BTC) é cotado acima dos US$ 30.000 pela primeira vez desde junho de 2022 nesta manhã de terça-feira (11).

O avanço da criptomoeda supera os ganhos de quase 20% do Nasdaq 100, índice com o qual o bitcoin tem oscilado em paralelo - embora não seja um benchmark. Ainda assim, o bitcoin está longe de recuperar sua máxima histórica de novembro de 2021, com queda de 50% desde então.

“O patamar dos US$ 30 mil é muito significativo tanto por razões técnicas quanto fundamentalistas”, disse Mati Greenspan, CEO da Quantum Economics.

“A resistência vem se formando há três semanas e agora finalmente foi quebrada. Esta é a primeira vez que atravessamos esse nível desde o colapso do token Luna, da Terraform Labs, e do fundo hedge cripto Three Arrows Capital. Isso significa que o preço se recuperou completamente da quebra da Celsius, da FTX e da repressão regulatória dos Estados Unidos”, avaliou.

Às 4h41 (hora de Brasília), o bitcoin era cotado a US$ 30.074, com 3,31% de alta sobre a sessão anterior. Ao mesmo tempo, os contratos futuros indexados ao Nasdaq subiam 0,13%, para 13.173 pontos.

O desempenho do bitcoin acima da resistência rígida de US$ 30.000 sucede o chamado “aperto” da faixa de Bollinger, que viu a volatilidade histórica cair para o nível mais baixo desde janeiro. A compressão então resultou em um forte movimento ascendente que parece semelhante à quebra de padrão da terça.

Os traders que seguem as análises técnicas podem estar agora considerando a faixa de US$ 30.800 como um primeiro objetivo, seguida pela de US$ 31.200.

A indústria de criptoativos ainda enfrenta um período de forte escrutínio.

A exchange cripto Coinbase Global disse ter recebido uma notificação da SEC, órgão dos EUA equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, declarando sua intenção de tomar uma medida de regulação.

A SEC processou o magnata cripto Justin Sun por supostamente violar as regras de títulos em um caso que ele disse não ter mérito.

Além disso, a US Commodity Futures Trading Commission processou o fundador da Binance, Changpeng Zhao, o CZ, e sua exchange cripto por supostas violações das regras de derivativos, embora a Binance tenha dito que não concorda com muitas das alegações da agência.

Mesmo com os reveses, o rali do bitcoin ganhou força no último mês após o colapso de três bancos regionais americanos, o que reavivou a narrativa entre os “touros do bitcoin” de que o token oferece uma alternativa mais atrativa às finanças tradicionais.

Os analistas dizem que uma queda na liquidez desse mercado de criptos para uma mínima de 10 meses - depois da sacudida com a quebra do Silvergate Capital e do Signature Bank - também poderia explicar o rebote, pelo menos em parte. Com o menor volume de negociação, as oscilações de preços podem parecer mais dramáticas.

“As carteiras de pedidos são escassas e as operações menos numerosas”, disse Strahinja Savic, chefe de dados e análises da FRNT Financial. “Sob essas circunstâncias, é difícil atribuir as oscilações de preços a uma só razão.”

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