Negócio no espaço dá lucro? Para Virgin Orbit, restou recuperação judicial

Empresa de lançamento de satélites de Richard Branson listou US$ 153,5 milhões para sua dívida total em uma petição do Capítulo 11 da lei de falências americana

Empresa não obteve lucros como companhia pública e acabou pedindo proteção contra credores na Justiça
Por Amelia Pollard, Rachel Butt e Loren Grush
04 de Abril, 2023 | 08:56 AM

Bloomberg — A Virgin Orbit Holdings entrou com pedido de recuperação judicial nesta terça-feira (4) depois que a empresa de lançamento de satélites ligada ao bilionário britânico Richard Branson não conseguiu garantir o financiamento necessário para continuar operando e cortou 85% de sua equipe.

A empresa listou US$ 243 milhões em ativos e US$ 153,5 milhões para sua dívida total em uma petição do Capítulo 11 (referente à recuperação judicial) apresentada em Delaware.

O movimento pontua a rápida queda da empresa com sede em Long Beach, Califórnia, após um fracasso de lançamento de alto perfil em janeiro e colapso no preço de suas ações.

A Virgin Orbit interrompeu temporariamente as operações em março enquanto buscava capital adicional e, posteriormente, demitiu 675 funcionários.

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A empresa - parte do império de Branson que inclui a companhia aérea Virgin Atlantic e a empresa de voos espaciais Virgin Galactic Holdings - não obteve lucro como uma companhia pública.

A empresa de lançamento começou oficialmente em 2017 como uma ramificação da Virgin Galactic. Os negócios da Virgin Orbit centravam-se no lançamento de pequenos satélites em órbita.

Ao contrário de alguns concorrentes que lançam foguetes do solo, a Virgin Orbit usa uma técnica conhecida como lançamento aéreo, na qual seu foguete LauncherOne é lançado em grande altitude por baixo da asa de um avião Boeing Co. 747 modificado. A empresa começou a desenvolver o foguete na Virgin Galactic, anos antes de o negócio de lançamento de satélites ser formalmente criado.

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A Virgin Orbit lançou com sucesso sua primeira missão em órbita em janeiro de 2021 e completou quatro voos bem-sucedidos até 2022.

A empresa planejava aumentar sua frequência de lançamento neste ano, mas teve que reavaliar após o fracasso da missão de janeiro, que deveria ser o primeiro lançamento orbital do solo britânico. Seu veículo nunca chegou à órbita depois de sofrer um problema com um filtro de combustível durante o vôo, levando à perda de nove pequenos satélites.

O caso é 23-10405 no Tribunal de Falências dos EUA do Distrito de Delaware.

- Com a colaboração de Janine Phakdeetham e Harry Suhartono

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