Suíça garante US$ 9,7 bi para cobertura de perdas após compra do Credit pelo UBS

Valores visam cobrir possíveis passivos decorrentes da aquisição em certas partes do negócio, não reveladas; UBS pagará US$ 3,25 bilhões pelo rival

Venda do Credit Suisse para rival UBS é vista como uma tentativa de colocar um fim aos problemas de liquidez do banco suíço, em meio à crise bancária que eclodiu nos EUA
Por Dale Crofts
19 de Março, 2023 | 04:47 PM

Bloomberg — O governo da Suíça vai conceder ao UBS (UBS) uma garantia de 9 bilhões de francos suíços (US$ 9,7 bilhões) para cobrir possíveis perdas relacionadas ou que apareçam após a aquisição do Credit Suisse (CS) pelo rival UBS.

A garantia aplica-se a uma parte específica do negócio do banco e será acionada caso ocorram perdas na carteira, segundo comunicado do governo enviado à imprensa neste domingo (19). Não foi detalhado que parte do negócio seria essa.

O UBS absorveria os primeiros 5 bilhões de francos de perdas, e o governo, os 9 bilhões seguintes; e o UBS, perdas adicionais acima desses valores, segundo o comunicado.

Depois de três dias de negociações, o UBS acertou hoje a compra do concorrente por mais de US$ 2 bilhões, em um negócio que une os dois maiores bancos da Suíça e dois dos maiores bancos do mundo.

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O valor acertado é pelo menos o dobro da oferta inicial do UBS, de US$ 1 bilhão, que foi considerado baixo pelo Credit Suisse. O banco fundado em 1856 tinha valor de mercado de cerca de US$ 8 bilhões na sexta (17), uma pequena fração do pico de mais de US$ 100 bilhões em 2007.

Ainda assim, apesar das perdas em anos recentes, o Credit Suisse é um dos maiores bancos do mundo, com cerca de US$ 575 bilhões em ativos ao fim de 2022 e US$ 1,3 trilhão em ativos sob gestão.

O negócio, arquitetado a pedido e com ajuda do governo, do banco central e de autoridades regulatórias do país europeu, tenta colocar fim à crise pela qual passa o Credit Suisse, após anos de prejuízos bilionários, escândalos e, mais recentemente, perda de confiança de investidores.

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