As gestoras que compraram ações do Silicon Valley Bank antes do colapso

Clientes e investidores de startups de tech do SVB ampliaram seus resgates na semana passada, levando à 2ª maior quebra de banco dos EUA

Gestora estava entre os 10 maiores compradores de ações do SVB desde setembro
Por Bei Hu
14 de Março, 2023 | 10:56 AM

Bloomberg — Gestores de ativos, incluindo Invesco e Franklin Resources, compraram ações do SVB Financial Group nos meses anteriores ao colapso do Silicon Valley Bank, que levou a perdas de 60% do valor de suas ações em um único dia.

As gestoras, juntamente com Two Sigma Investments, DE Shaw & Co., Renaissance Technologies LLC e BlackRock (BLK), estavam entre os 10 maiores compradores de ações desde setembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg do quarto trimestre e registros regulatórios mais recentes.

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Os clientes e investidores de startups de tecnologia do Silicon Valley Bank ampliaram seus resgates na semana passada, provocando a segunda maior quebra de banco na história dos Estados Unidos. O rápido colapso do credor causou repercussões nos setores de tecnologia e finanças, levando o governo a proteger os depósitos dos clientes.

O SVB atraiu alguns dos maiores gestores de ativos do mundo, variando de investidores passivos a ativos, além de fundos hedge. O Franklin Mutual Shares Fund, de quase US$ 7,2 bilhões da Franklin Resources, tinha US$ 134 milhões em ações do SVB no final de janeiro, de acordo com um documento.

Essas empresas compraram ações da SVB Financial no 4º trimestre de 2022

Vários dos fundos da empresa também tiveram uma pequena exposição à dívida do Silicon Valley Bank, do falido Signature Bank e do Silvergate até 9 de março, de acordo com uma atualização recente publicada em seu site.

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Não está claro se alguns deles ainda detinham as ações, principalmente para gestoras de análise quant como a Two Sigma e a Renaissance, que trocam de posições com frequência.

Representantes da Franklin Resources, Renaissance, DE Shaw, RBC Global Asset Management e Massachusetts Financial Services se recusaram a comentar, citando políticas de não discutir participações específicas.

Um representante da Invesco não pôde comentar imediatamente. Procurados, Mirova, Ensign e Champlain Investment Partners não responderam imediatamente às perguntas da Bloomberg News.

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A posição de um milhão de ações da Two Sigma no registro regulatório do quarto trimestre refletiu apenas sua posição no último dia do ano, disse uma pessoa familiarizada.

A posição estava distribuída entre diversos produtos e não representava uma visão fundamentalista. A exposição havia sido cortada em mais da metade antes do colapso do SVB e representava menos de 10 pontos base do valor bruto de mercado dos ativos, acrescentou a pessoa.

A BlackRock disse em um comunicado por e-mail que investe em nome de clientes em uma série de índices e outros fundos diversificados e contas com exposição limitada ao Silicon Valley Bank.

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Enquanto algumas casas mantiveram as posições no SVB, outras saíram na hora. A RBC Global Asset Management UK vendeu toda a sua participação no quarto trimestre, que valeria US$ 248 milhões no final de dezembro. A Axiom Investors também saiu durante o período, quando sua participação seria avaliada em US$ 61 milhões.

A RBC se recusou a comentar. Os representantes da Boston Partners e da Axiom não responderam imediatamente fora do horário comercial. A Rathbones disse que não tem nenhuma exposição direta ao SVB, de acordo com um comunicado em seu site.

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