Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez contrata advogados e está no Rio

Executivo que comandou a empresa por 20 anos não se pronunciou desde que deixou o cargo no início de janeiro e desde a revelação de rombo de R$ 20 bilhões

A Americanas não quis comentar sobre seu ex-presidente Miguel Gutierrez, que comandou a empresa por 20 anos (Bloomberg)
Por Daniel Cancel - Cristiane Lucchesi - Mariana Durão
13 de Fevereiro, 2023 | 08:28 PM

Bloomberg — O ex-presidente da Americanas (AMER3) que comandou a empresa por 20 anos e que permanece em silêncio desde que deixou o cargo no início do ano está no Rio de Janeiro, segundo pessoas a par do assunto disseram à Bloomberg News.

Miguel Gutierrez está trabalhando com os advogados do escritório Vieira Rezende, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas ao discutir informações que não são públicas.

O escritório de advocacia Vieira Rezende não respondeu às mensagens com pedido de comentários. A Bloomberg News tentou entrar em contato com Gutierrez em sua casa em diferentes endereços, sem sucesso. A Americanas não quis comentar sobre seu ex-presidente.

Gutierrez deixou o cargo no início do ano e, poucos dias depois, seu sucessor, Sergio Rial, denunciou o que chamou de ”inconsistências contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões que aumentaram artificialmente os ganhos e reduziram os passivos reportados pela metade em anos anteriores.

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A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro e está envolvida em uma briga judicial com bancos, que estão entre os principais credores e acusam os administradores e seus principais acionistas de fraude - estes são os três homens mais ricos do Brasil, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que controlaram a companhia por quatro décadas.

Desde então, Gutierrez não foi mais visto ou ouvido publicamente para defender sua passagem pela varejista. A mídia local vem se perguntando onde ele está, com algumas notícias afirmando que ele estaria na Espanha.

Lemann, Telles e Sicupira se pronunciaram apenas uma vez desde a revelação do rombo contábil e negaram que tivessem conhecimento de quaisquer práticas ilegais na companhia.

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- Com a colaboração de Peter Millard e Andrew Rosati.

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