Brasília em off: o prazo da paciência do investidor estrangeiro com a economia

Integrantes da equipe econômica recebem avaliações em conversas com investidores sobre o começo do governo, em um momento de pressão sobre Campos Neto

Lula tem início de governo com críticas feitas à economia que recebeu e que sofre do que já foi anunciado (Arthur Menescal/Bloomberg)
Por Martha Beck
21 de Janeiro, 2023 | 08:57 AM

Bloomberg — Integrantes da equipe econômica ouviram em conversas com o mercado que, apesar da desconfiança no front fiscal, há disposição de investidores estrangeiros em dar um voto de confiança ao governo Lula.

Essa disposição tem prazo: o governo tem até 2024 para colocar a casa em ordem. A data de corte seria a mudança no comando do Banco Central, prevista para o fim desse ano.

Os sinais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado a Roberto Campos Neto ao criticar a autonomia do BC, o patamar dos juros e a meta de inflação mostram um aumento crescente de pressão sobre o trabalho do banco, mas não desorganiza totalmente enquanto Campos Neto estiver ali. Já um chefe do BC apontado por Lula a partir de 2025 é outra conversa.

A mão de Moraes

A avaliação dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) é que o ministro Alexandre de Moraes tem sabido dosar a mão na forma como tem lidado com as investigações dos ataques do dia 8 de janeiro. Para aqueles que criticam a decisão de ter afastado o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, interlocutores do ministro dizem que ele foi ponderado.

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Moraes recebeu sugestões até para prender o governador diante da gravidade dos atos de violência em Brasília. Agora, a expectativa é sobre o desfecho das investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas há uma visão de que Bolsonaro não deveria ser transformado em vítima, e, sim, passar pelo devido processo legal antes de receber qualquer eventual condenação por atos antidemocráticos.

Paridade

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, quer montar uma equipe paritária em sua pasta — trabalho que já começou. Os cargos mais altos são ocupados por três homens e três mulheres. A ministra pediu a seus adjuntos que busquem fazer o mesmo com suas equipes diretas.

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