Fundo de US$ 450 bi do Catar mira futebol e tech em reformulação

Qatar Investment Authority está procurando oportunidades na Europa, Ásia e Estados Unidos em setores como capital de risco, fintech e sustentabilidade

Fórum Econômico Mundial retorna ao resort durante o inverno pela primeira vez em três anos nesta semana
Por Archana Narayanan e Francine Lacqua
16 de Janeiro, 2023 | 04:07 PM

Bloomberg — O chefe do fundo soberano de US$ 450 bilhões do Catar disse que usará a atual turbulência econômica como uma oportunidade para reequilibrar seu portfólio e está considerando investimentos em futebol, instituições financeiras e tecnologia.

A Qatar Investment Authority está procurando oportunidades na Europa, Ásia e Estados Unidos em setores como capital de risco, fintech e sustentabilidade, disse o CEO Mansoor Al Mahmoud em entrevista à Bloomberg Television em Davos nesta segunda-feira (16). O Fórum Econômico Mundial retorna ao resort durante o inverno pela primeira vez em três anos nesta semana.

“É um momento desafiador. A inflação é o principal tema da economia global”, afirmou. “Vemos isso como uma oportunidade de reposicionar nosso portfólio. Destacamos os pontos fracos que temos em nosso portfólio e esperamos por esse tipo de correção no mercado para suprir os pontos fracos que temos”.

Os fundos soberanos da região do Golfo, rica em petróleo, continuaram a ser compradores ativos no ano passado, mesmo com a queda dos volumes de negócios globais e os bancos cortando empréstimos bancários para aquisições.

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Em outubro, a QIA concordou em investir 2,4 bilhões de euros (US$ 2,5 bilhões) na RWE AG para apoiar a compra de ativos renováveis dos Estados Unidos pela concessionária alemã. Também foi um investidor fundamental no IPO da marca de carros esportivos Porsche AG e investiu em uma série de startups de tecnologia.

Conhecida por sua propensão a ativos-troféu, a QIA apoiou credores como Barclays e Credit Suisse durante a crise financeira de 2008. Embora um foco mais recente em empresas de tecnologia de capital fechado a tenha levado a mercados em crescimento, os preços crescentes da energia estão acrescentando combustível extra ao seu retorno a grandes negócios.

As instituições financeiras continuam a ser um “pilar muito importante” do seu portfólio e investir nelas “será sempre um tema para nós. Também estamos migrando para fintech”, disse ele.

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Depois que o Catar sediou com sucesso a Copa do Mundo mais cara de todos os tempos, o fundo também está considerando investir em clubes de futebol, mas ainda não decidiu se fará algum investimento específico, disse Al Mahmoud.

“Esta é uma decisão muito orientada comercialmente”, disse ele. “O esporte também está se tornando um tema muito importante; as pessoas estão mais engajadas em esportes e a digitalização está tornando-o mais atraente para os investidores.”

O Catar já possui o Paris Saint-Germain (PSG), clube da Liga dos Campeões, por meio da Qatar Sports Investments, e o pequeno estado do Golfo tem como alvo os principais clubes da Premier League britânica, como Manchester United, Liverpool FC e Tottenham Hotspur, informou a Bloomberg News.

Apoio a Elon Musk

Separadamente, Al Mahmoud disse que o fundo apoia a visão de Elon Musk para o Twitter (TWTR), apesar dos problemas que acompanharam a aquisição do bilionário americano, que desencadeou um êxodo de trabalhadores.

“Nós nos envolvemos com a administração, com Elon em relação ao plano que ele tem para a empresa, e acreditamos nisso e confiamos em sua liderança em termos de recuperação da empresa”, disse ele.

A QIA não pediu ao chefe do Twitter para reduzir os tuites, dizendo que o fundo não está envolvido “nessa extensão”, disse ele. “Ele tem nossa confiança e temos certeza de que ele administraria isso com muito profissionalismo.”

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