Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) foi impulsionado pelo apetite a risco nesta terça-feira (10) e fechou a sessão em alta de 1,5%, enquanto o dólar recuou, voltando ao patamar dos R$ 5,20. Apesar dos dados de inflação acima do esperado, os investidores focaram no avanço das commodities e na alta dos índices americanos. O alívio da tensão política local também agregou ao clima.
O principal índice da bolsa brasileira chegou a oscilar pela manhã e no início da tarde, após as falas do presidente do banco central americano, mas logo firmou alta. Ações ligadas a commodities, como a Vale (VALE3), e bancos, como Bradesco (BBDC4), foram os principais papéis que impulsionaram o Ibovespa.
“Com valuation atrativo, exterior favorável, commodities em alta e juros em queda, vemos um cenário propício aos ativos de risco”, disse Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. “Nesse contexto, o índice Bovespa, puxado principalmente pelo setor financeiro e pela Vale, acelerou a alta.”
“A divulgação do IPCA, mesmo que levemente acima das expectativas, refletiu na curva de juros que fez mais uma sessão em queda forte e reforçou a propensão dos investidores ao risco.”
Nos EUA, as ações subiram com as apostas de que a próxima divulgação de inflação por lá, medida pelo índice de preços ao consumidor, mostrará mais abrandamento, o que poderia ajudar a justificar que o Federal Reserve desacelere seu ritmo de aumentos de juros - mesmo que algumas autoridades digam que é muito cedo para declarar vitória sobre a inflação.
Com o silêncio de Jerome Powell sobre as perspectivas para a política monetária em um evento no início da tarde de hoje (10), o mercado de ações lutou para encontrar uma direção.
O presidente do Federal Reserve disse que o desafio do banco central de restaurar a estabilidade dos preços, combatendo a inflação elevada, exige que a autoridade monetária tome medidas impopulares ao longo do tempo.
Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (10):
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