Bloomberg — O Ex-CEO do McDonald’s (MCD) Stephen Easterbrook concordou em pagar US$ 400 mil devido às acusações dos órgãos reguladores americanos de que ele não revelou relacionamentos indevidos com funcionários da empresa.
A Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira (9) que Easterbrook não divulgou totalmente as violações da política da empresa que levaram à sua demissão em 2019. Os termos de sua partida lhe permitiram manter uma “remuneração substancial em ações”, disse a agência em uma declaração. Os advogados e Easterbrook, que não negaram nem confirmaram as acusações da SEC como parte do acordo, não responderam imediatamente a um pedido de comentários.
A multa é a última reviravolta na saga de anos sobre o mandato de Easterbrook. No final de 2021, ele concordou em devolver US$ 105 milhões em dinheiro e em ações para dirimir um processo judicial da rede de fast-food. A quantia é o que Easterbrook teria perdido se ele tivesse sido demitido por causa de suas ações, disse na ocasião a empresa com sede em Chicago.
A SEC disse que não estava impondo uma penalidade financeira ao McDonald’s “considerando a cooperação substancial” e medidas corretivas que a gigante do fast-food tomou.
“Ao supostamente ocultar a extensão de sua conduta indevida durante a investigação interna da empresa, Easterbrook quebrou essa confiança – e por fim enganou – os acionistas”, disse Gurbir Grewal, o chefe da SEC, em uma declaração.
Além da multa, como parte do acordo, Easterbrook concordou com uma sanção que o proíbe de ocupar cargos de diretor por cinco anos. Dois comissários republicanos da SEC se opuseram à resolução, dizendo que a decisão de examinar a “discussão e análise da contratação e demissão” vai além do mandato da agência.
“A ordem da SEC reforça o que já dissemos anteriormente: O McDonald’s responsabilizou Steve Easterbrook por sua má conduta”, disse a rede de fast-food em declaração. “Nós o demitimos e depois o processamos ao saber que ele mentiu sobre seu comportamento”.
A demissão tumultuada de Easterbrooks há mais de três anos continua sendo uma dor de cabeça judicial para o McDonald’s. Três fundos de pensão que detêm ações da empresa de fast-food abriram processos, dizendo em tribunal no mês passado que não recebeu o suficiente de Easterbrooks quando ele concordou em devolver US$ 105 milhões para dirimir as reivindicações de que estaria sexualmente envolvido com subordinados.
Os investidores alegam que o McDonald’s também deveria ter cobrado de Easterbrook as dezenas de milhões de dólares em honorários advocatícios que a empresa gastou no caso.
O juiz do caso ainda não decidiu se a ação judicial seguirá adiante.
Easterbrook ainda tinha um patrimônio líquido de cerca de US$ 40 milhões depois de pagar os US$ 105 milhões, incluindo quase US$ 40 milhões em opções de ações do McDonald’s, de acordo com reportagens.
--Com a colaboração de Stephanie Stoughton e Leslie Patton.
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