Cristina Kirchner é condenada a seis anos de prisão por corrupção

Vice-presidente argentina não deve cumprir pena em um futuro próximo por ter imunidade parlamentar

Kirchner foi acusada de corrupção e suposta “associação ilícita” com um magnata da construção nos anos em que foi presidente, entre 2007 e 2015
Por Scott Squires
06 de Dezembro, 2022 | 06:30 PM

Bloomberg — A vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, foi condenada por acusações de corrupção e sentenciada a seis anos de prisão por um tribunal federal nesta terça-feira (6), em um caso histórico que provavelmente intensificará as batalhas políticas no país sul-americano.

Embora Kirchner não deva cumprir a pena em um futuro próximo, dada sua imunidade como vice-presidente e chefe do Senado, a decisão do tribunal chega a menos de 11 meses das eleições presidenciais, às quais ela deu a entender que poderia concorrer. A Justiça de Buenos Aires também a impediu de ocupar um futuro cargo político.

Kirchner, de 69 anos, tem a opção de recorrer da decisão ao Supremo Tribunal, o que tornaria o processo ainda mais demorado. Tirar Kirchner de sua atual imunidade parlamentar requer dois terços dos legisladores da Câmara Alta do Congresso para aprovar, o que não é esperado dado o controle do governo sobre a Câmara.

Kirchner, uma das figuras mais poderosas e polêmicas da Argentina, foi acusada de corrupção e suposta “associação ilícita” com um magnata da construção nos anos em que foi presidente, entre 2007 e 2015, com promotores buscando uma sentença de 12 anos de prisão. Kirchner negou repetidamente as acusações e denunciou o caso como uma manobra política da oposição e membros do sistema de justiça para removê-la do poder.

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A decisão provavelmente aumentará as tensões políticas em um país profundamente dividido e energizará a fragmentada coalizão governista antes das eleições do ano que vem. O presidente Alberto Fernández, que foi escolhido por Kirchner para liderar a coalizão apesar de ter menos peso político, ficou do lado de seu vice-presidente, chamando a investigação de “política”.

Grupos sociais e sindicais ligados ao partido governista se manifestaram na terça-feira no centro da cidade de Buenos Aires antes da decisão do tribunal.

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