CEO do Goldman alerta para cortes, e Morgan Stanley demite 1.600 funcionários

Demissões são reação de bancos de Wall Street ao cenário econômico incerto; ‘teremos tempos difíceis pela frente’, diz David Salomon, do Goldman

Negócios do Goldman estão intimamente ligados à economia, e o banco prevê uma desaceleração do crescimento à frente
Por Sridhar Natarajan e Sonali Basak
06 de Dezembro, 2022 | 04:08 PM

Bloomberg — O CEO do Goldman Sachs (GS), David Solomon, está pessimista sobre as perspectivas econômicas e disse que bônus menores e até mesmo possíveis demissões não seriam nenhuma surpresa.

“Você tem que presumir que teremos tempos difíceis pela frente”, disse Solomon em entrevista à Bloomberg Television nesta terça-feira (6). “Você tem que ser um pouco mais cauteloso com seus recursos financeiros.”

Isso pode significar maior foco em custos e desaceleração nas contratações, o que o banco já fez. “Isso também pode vir de cortes em certas áreas”, disse Solomon.

Seguindo o movimento, o Morgan Stanley (MS) cortou cerca de 2% de sua equipe nesta terça-feira (6), de acordo com a CNBC citando pessoas com conhecimento do assunto.

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As mudanças impactaram cerca de 1.600 dos 81.567 funcionários da empresa, de acordo com o site americano, e afetaram quase todos as áreas do banco de investimento, disseram as pessoas.

Os negócios do Goldman estão intimamente ligados à economia, e o banco prevê uma desaceleração do crescimento à frente. Isso significaria que o banco terá que tomar algumas decisões difíceis, disse Solomon, especialmente porque um pouso suave - soft landing - da economia está longe de ser garantido.

Solomon disse que os EUA podem entrar em recessão em 2023, embora os economistas do banco digam que ela ainda possa ser evitada.

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“Não deveria ser surpresa para ninguém - observando o desempenho dos negócios neste ano - que 2021 foi um ano excepcional”, disse o CEO de 60 anos. “2022 é um ano diferente e, portanto, naturalmente, a remuneração será menor.”

O gigante de Wall Street enfrenta um equilíbrio complicado para conter gastos e, ao mesmo tempo, recompensar seus melhores executivos. Solomon disse que está surpreso com a persistência da necessidade de competir por talentos.

O Goldman vem cortando custos para proteger os lucros de uma incursão mais cara do que o esperado no varejo e da desaceleração econômica global.

Depois de anunciar um recuo em suas grandes ambições para o varejo, Solomon disse que agora está focado em alcançar escala e lucratividade para a nova linha de negócios simplificada chamada Platform Solutions. Essa unidade inclui o negócio nascente de cartões de crédito do banco e a operação de crediários GreenSky.

“Pagaremos as pessoas com base no desempenho geral da empresa”, disse Solomon. “E especialmente para nossos funcionários seniores, consideramos o desempenho geral da empresa à medida que avançamos em nosso processo de remuneração.”

- Com informações da Bloomberg Línea.

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