Como a Tiger Global investiu na FTX sem que o due dilligence apontasse problemas

Gigante de investimentos de Chase Coleman contou com assessoria da Bain& Co e reconheceu perda total de US$ 38 milhões, disseram fontes à Bloomberg News

FTX deixou uma série de grandes investidores institucionais com perdas milionárias após entrar em recuperação judicial (Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images)
Por Hema Parmar
21 de Novembro, 2022 | 06:10 PM

Bloomberg — A Bain & Co. estava entre as empresas de consultoria que ajudaram a realizar o due dilligence para o investimento que a Tiger Global Management realizou na FTX, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg News.

A Tiger Global, que paga à Bain mais de US$ 100 milhões por ano para pesquisar empresas privadas, agora marcou sua participação na FTX de US$ 38 milhões para zero, disseram as pessoas.

A supervisão (ou a falta dela) de Sam Bankman-Fried sobre uma vasta rede de entidades vinculadas à FTX foi um dos riscos destacados durante o processo de due diligence, mas o executivo responsável ainda acreditava que era um investimento sólido na época, disse uma das pessoas.

Um representante da Tiger Global, de Chase Coleman, se recusou a comentar, e a Bain não respondeu imediatamente às mensagens da Bloomberg News em busca de comentários.

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A implosão do FTX neste mês causou bilhões de dólares em perdas potenciais para os investidores e tem provocado investigações legais e regulatórias. Também levantou questões sobre como os sinais de alerta foram ignorados por investidores institucionais, incluindo fundos hedge e empresas de venture capital.

O Ontario Teachers’ Pension Plan estava entre eles, reconhecendo perda total do investimento de US$ 95 milhões, enquanto a Sequoia Capital atualizou o valor de sua aposta de US$ 214 milhões para zero.

O investimento da Tiger Global na FTX representou uma pequena parte de seu fundo Private Investment Partners 15, com patrimônio de US$ 12,7 bilhões.

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A empresa apoiou a FTX pela primeira vez em outubro de 2021, quando a exchange cripto foi avaliada em US$ 25 bilhões, e novamente em janeiro deste ano com um valuation de US$ 32,5 bilhões, de acordo com dados do PitchBook.

A aposta na FTX foi um dos 358 investimentos de capital de risco - venture capital - que a Tiger Global fez no ano passado e um dos 290 até agora em 2022, de acordo com o PitchBook.

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