Alckmin anuncia Guido Mantega e Paulo Bernardo em equipe de transição

Ex-ministros de Dilma ficarão em grupos de planejamento e de comunicações, que também serão integrados por nomes do mercado e do PT

Vice-presidente eleito anuncia mais nomes; Guido Mantega integrará grupo responsável por planejamento, orçamento e gestão
10 de Novembro, 2022 | 05:04 PM

Bloomberg Línea — O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) anunciou nesta quinta-feira (10) novos nomes do gabinete de transição. Ele confirmou que Guido Mantega, ministro da Fazenda dos governos de Dilma Rousseff (PT), fará parte do gabinete, mas não no grupo de economia. O ministro de Comunicações de Dilma Paulo Bernardo também integrará a equipe.

Mantega fará parte do grupo de Planejamento e Gestão. Junto com ele estarão o deputado Enio Verri (PT-PR), a economista e professora da Uerj Ester Duek, e o presidente do Conselho Federal de Economia, Antônio Corrêa Lacerda.

O grupo de Indústria e Comércio será integrado pelo ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB); pelo presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider; pelo diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, e pelo deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM).

Esse grupo também terá uma comissão para tratar de assuntos de serviços e pequenas empresas. O time será composto por Paulo Okamoto, ex-presidente do Sebrae e do Instituto Lula; Paulo Feldmann, professor da USP; Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária; e pelo deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

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Paulo Bernardo fará parte do grupo de Comunicações. Além dele, integrarão a equipe o ex-deputado Jorge Bittar (PT-RJ), para cuidar da área de telecomunicações; o ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações Cezar Alvarez, responsável pelo programa de inclusão digital e pelo Plano Nacional de Banda Larga dos governos Lula; e pela economista Alessandra Orofino, especialista em direitos humanos.

Além deles, também foram anunciados nomes para os grupos dedicados a políticas para mulheres, para igualdade racial e para direitos humanos.

Mercado

Em resposta a jornalistas depois dos anúncios, Alckmin procurou defender o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Mais cedo, Lula fez seu primeiro discurso dentro do espaço onde funcionará o gabinete de transição. O petista disse que vai priorizar questões sociais e e não “a tal da responsabilidade fiscal”, o que pegou mal no mercado financeiro, resultando em quedas no Ibovespa e alta no dólar.

“Vamos mudar alguns conceitos neste país. Muitas coisas que são consideradas como gastos temos que passar a considerar investimento”, disse. “Por que as mesmas pessoas que discutem com seriedade o teto de gastos não discutem a questão social? Por que a gente tem meta de inflação e não tem meta de crescimento? Por que não estabelece um novo paradigma de funcionamento neste país?”

A jornalistas, Alckmin disse que Lula, quando assumiu o governo em 2003, pegou a dívida pública em 60% do PIB e entregou o governo a Dilma com dívida de 40% do PIB. E apresentou superávit primário em todos os anos de seus dois governos.

“Se teve alguém que teve responsabilidade fiscal foi ele”, disse o vice-presidente eleito. “E isso não é incompatível com a questão social. O que precisa é a economia crescer. E aí precisa ter investimento público e privado”, completou.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.