A brasileira que faz a gestão de family offices de celebridades na Califórnia

Ba Minuzzi gerencia um multi-family office que ajuda celebridades e atletas a investirem em empresas

Nascida em Porto Alegre, hoje ela faz a gestão de investimentos para atores e celebridades nos EUA
06 de Novembro, 2022 | 02:01 PM

Leia esta notícia em

Inglês ou emEspanhol

Bloomberg Línea — Com quase uma década de experiência em venture capital, Bárbara (Ba) Minuzzi é fundadora e CEO da UMANA, um multi-family office americano que auxilia celebridades e atletas a investirem em empresas.

Nascida em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Minuzzi trilhou seu caminho até fazer conexões nos Estados Unidos suficientes para construir sua gestora, que agora tem US$ 370 milhões de ativos sob custódia.

Hoje, ela gerencia o family office dos atores Adrian Grenier, conhecido por sua participação em O Diabo Veste Prada, e Noah Schnapp, que se tornou conhecido por interpretar Will Byers em Stranger Things, além de outras celebridades e atletas que têm fortunas entre US$ 10 milhões e $300 milhões.

Minuzzi começou sua carreira aos 15 anos como estilista em uma empresa multimarcas em Porto Alegre. Estudou moda, mas começou a se interessar mais pela gestão de caixa da empresa. Foi quando se aproximou do mercado financeiro e se juntou à Corval, uma corretora de valores, e passou a trabalhar com captação para fundos imobiliários.

PUBLICIDADE

Depois de virar sócia, ela acabou deixando a corretora para montar sua própria empresa de investimento, operando com dinheiro externo para empreendimentos imobiliários, como shoppings.

“Desde aquela época comecei a me expor a family offices”, disse Minuzzi, em entrevista à Bloomberg Línea. “A maioria dos meus amigos ainda estavam na faculdade e os pais dos meus amigos estavam muito curiosos por eu ser empreendedora. Muitos deles já tinham a estrutura de single family office e eu comecei a bater na porta deles e pedir dinheiro. Achavam ousado, davam um dinheiro ali, outro aqui”, lembrou.

Operando com empreendimentos do programa Minha Casa, Minha Vida (atualmente chamado de Casa Verde e Amarela), subsidiado pelo governo federal, Minuzzi conseguiu construir sua reputação à época trabalhando com um mercado aquecido e com retorno rápido. Já com 22 anos começou a trabalhar com fundos institucionais como o BTG Pactual.

PUBLICIDADE

Ela conta que, em 2014, quando percebeu uma desaceleração do mercado imobiliário, resolveu se mudar para Miami, na Flórida. Com 26 anos, conseguiu fazer seu primeiro milhão e se apaixonou por venture capital e investimento de impacto.

“Comecei a ler muitos livros e me conectar com muitas pessoas no LinkedIn. As pessoas foram abrindo as portas. Fui para São Francisco e todo mundo fez reunião comigo. No Brasil eu levava três anos para conseguir qualquer reunião”, disse.

Foi quando ela montou o Babel Ventures e começou a investir.

Em 2019, com muita exposição à capital no Vale do Silício, Minuzzi resolveu lançar um family office.

“Adoro quando o family member têm uma influência de 20, 40, 100 milhões de seguidores nas redes sociais. Mas tem pessoas que não têm presença online e têm uma influência offline tão forte quanto. Veio fundador tech, ator e atleta de futebol americano [para o family office]”.

Minuzzi cria teses de investimento para celebridades e as ajuda a diversificar seus investimentos. “As celebridades usam as empresas que foram bancadas por venture capital como Uber, Airbnb. Elas estão conectadas com o que está acontecendo e seus pares começaram a investir mais [em venture capital]”, diz.

Leia também:

Sucessor de Ray Dalio revela os próximos passos no maior fundo hedge do mundo

Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups