Bloomberg — A Stripe, uma das startups mais valiosas do mundo, vai demitir mais de mil funcionários para tentar controlar os custos antes de qualquer desaceleração econômica.
A empresa de pagamentos reduzirá sua força de trabalho em 14% esta semana, retornando o número de funcionários para o total de fevereiro, de quase 7 mil, disseram os cofundadores Patrick e John Collison em um e-mail para a equipe visto pela Bloomberg News. Os dois prometeram reduzir as despesas de forma mais ampla à medida que se preparam para “tempos de vacas magras”.
“Estávamos otimistas demais com o crescimento de curto prazo da economia da internet em 2022 e 2023 e subestimamos a probabilidade e o impacto de uma desaceleração mais ampla”, disseram os irmãos Collison no e-mail. “Aumentamos os custos operacionais muito rapidamente. Impulsionados pelo sucesso que estamos vendo em algumas de nossas novas áreas de produtos, permitimos que os custos de coordenação crescessem e as ineficiências operacionais se infiltrassem.”
A Stripe e seus rivais de capital aberto viram o seu valor de mercado cair à medida que o crescimento dos compras online desacelerou após a pandemia. As operações das empresas também foram prejudicadas por interrupções na cadeia de suprimentos e por uma inflação nunca antes vista nessa geração.
Em julho, a empresa disse aos funcionários que o valuation interno da empresa caiu para cerca de US$ 74 bilhões, em comparação com os US$ 95 bilhões recebidos em sua captação de recursos mais recente.
Os Collisons disseram que as mudanças no número de funcionários não afetariam uniformemente os negócios, dizendo que o negócio de recrutamento seria desproporcionalmente afetado, já que a empresa planeja contratar menos pessoas no próximo ano.
Os funcionários que estão saindo receberão pelo menos 14 semanas de indenização, e os irmãos executivos prometeram pagar bônus anuais e folgas remuneradas não utilizadas para todos os trabalhadores afetados pelos cortes.
“A Stripe não é um serviço discricionário que os clientes desativam se o orçamento for apertado”, disseram os Collisons. “No entanto, precisamos combinar o ritmo de nossos investimentos com as realidades ao nosso redor. Fazer o certo por nossos usuários e nossos acionistas significa abraçar a realidade como ela é.”
--Com a ajuda de Michael Tobin.
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