Bolsas em NY recuam antes de decisão sobre juros nos EUA

Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 7h47)

Os mercados colocam em perspectiva novos números da economia norte-americana que devem se somar aos que refletem resiliência no mercado de trabalho. Na espera de que hoje o Federal Reserve (Fed) eleve o juro novamente, investidores e analistas ponderam se o banco central vê um ambiente propício para começar a reduzir a dose de aperto monetário e, assim, evitar uma recessão.

Os mercados operam sem convergência. Os principais índices de ações em Nova York abriram em queda. Por volta das 11h50 (horário de Brasília), apresentavam as seguintes variações:

• Dow Jones: -0,26%
• S&P 500: -0,42%
• Nasdaq: -0,52%

Entre as bolsas asiáticas, o sinal de alta de mais de 2% no índice Hang Seng, ainda influenciado por rumores de que a política Covid Zero na China esteja perto de seu fim. Já o principal índice acionário japonês fechou ligeiramente em baixa.

Na Europa, as bolsas apresentavam rumos mistos ante a expectativa em relação à decisão de juros nos Estados Unidos, que antecede a decisão de amanhã do Banco da Inglaterra (BoE).

No mercado de renda fixa, o rendimento dos títulos com vencimento em 10 anos subia, em contraposição à queda observada há pouco nos prêmios dos títulos com mesmo vencimento do Reino Unido.

→ O que move os mercados hoje

✳️ Rússia x Ucrânia. A Rússia confirmou nesta manhã que está retomando o acordo de exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro, após receber garantias por escrito da Ucrânia de que o corredor de passagem segura será usado apenas para exportações de grãos.

👷🏼 Emprego em foco. Logo mais, os investidores avaliam os dados ADP sobre a geração de empregos no setor privado dos Estados Unidos em outubro. O dado é considerado uma prévia das cifras que o governo divulgará na sexta-feira e se soma ao levantamento JOLTS de ontem, que mostrou um mercado de trabalho norte-americano aquecido.

🇪🇺 O preço da inflação. O PMI de manufatura da Zona Euro registrou o quarto mês seguido de contração após cair para 46,4 (frente aos 46,6 da leitura preliminar e 48,4 do mês anterior). Além da perda do poder de compra das famílias (com um aumento de +10,7% no IPC de outubro), a indústria europeia está sofrendo com o forte aumento dos custos de produção causado pelos preços da energia e do transporte e pelos gargalos logísticos.

📵 iPhones bloqueados. As ações da Apple podem reagir negativamente ao fechamento de uma das maiores fábricas de iPhones do mundo, na China, devido a um surto de Covid. O bloqueio ordenado por Pequim no âmbito da política Covid Zero deve durar sete dias e afetar severamente a produção.

🛑 Alerta de Pyongyang. No âmbito geopolítico, os analistas observam o recrudescimento da atuação da Coreia do Norte, que lançou ao menos 17 mísseis balísticos nesta quarta-feira. Um dos disparos sobrevoou pela primeira vez uma fronteira náutica com a Coreia do Sul, que classificou a ação de violação territorial. Os lançamentos ocorrem um dia após Pyongyang ameaçar com “medidas contundentes” se os EUA não interromperem os exercícios militares com a Coreia do Sul.

⬇️ Credit rebaixado. A classificação de risco de longo prazo do Credit Suisse foi rebaixada pela S&P Global Ratings de BBB para BBB-, apenas um nível acima do status do “grau especulativo” da classificadora. O corte foi justificado pelos desafios que o banco poderá encontrar para cumprir uma reestruturação radical num ambiente econômico deteriorado e com mercado volátil.

🫖 Chá das 5 mais caro. No Reino Unido, onde a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE) acontece amanhã, os preços apurados em lojas britânicas atingiram a maior inflação em 17 anos, com alta de +6,6% em outubro, superior ao número de setembro (+5,7%) e com alta de 11,6% nos preços dos alimentos.

🟢 As bolsas ontem (1/11): Dow Jones Industrials (-0,24%), S&P 500 (-0,41%), Nasdaq Composite (-0,89%), Stoxx 600 (+0,58%), Ibovespa (+0,77)

As bolsas de valores norte-americanas caíram novamente com a notícia de que as vagas de emprego se recuperaram em outubro, de acordo com o relatório da JOLTS. A força no mercado de trabalho fortalece os argumentos para que o Fed mantenha o ciclo de aperto monetário, apesar dos receios de uma possível recessão. O ISM manufatureiro de outubro, embora no nível mais fraco desde maio de 2020 (50,2), foi melhor do que o esperado (50,0). Já o PMI de outubro foi revisado em meio ponto acima da leitura preliminar (50,4), superando a marca de 50 que separa a expansão da contração.

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Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Feriado: Brasil e México

• PMI Industrial: Zona do Euro, Alemanha, França, Itália, Espanha, Hong Kong

• EUA: Indicadores do Mercado Hipotecário, Demissões Anunciadas Challenger, Dados de Emprego no Setor Privado ADP, Estoques de Petróleo EIA

• Europa: Alemanha (Taxa de Desemprego/Out, Balança Comercial/Out)

• Bancos centrais: Decisão de Política Monetária do FOMC/Fed seguida de coletiva de imprensa, Discurso de Joachim Nagel (presidente del Bundesbank)

• Balanços: Novo Nordisk, Qualcomm, CVS, Estee Lauder, Booking, GSK, Suncor, Maersk, Ferrari, Albemarle, Apollo, eBay, Vestas, MGM Resorts, Etsy, Robinhood, Roku, Zillow

📌 Para a semana:

• Quinta: EUA (PMI, Encomendas à Indústria/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego) ; Zona do Euro (Taxa de Desemprego/Set); Decisão de Política Monetária do BoE, Discursos de Christine Lagarde (BCE) e de Andrew Bailey (BoE); Feriado: Japão

• Sexta: EUA: Indicador de Folha de Pagamentos Payroll, taxa de Desemprego; Zona do Euro (PPI/Set)

• Balanços: ConocoPhillips, Cheniere, Enel, EOG, Moderna, Mondelez, Starbucks, Toyota, Ferrari, BMW, AMD, Sony, Uber, PayPal, Maersk e Marriott

(Com informações da Bloomberg News)